quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quando um amor começa...

“... nossa alegria chama, e um violeiro toca em nossa cama.” Ah, Almir Sater!

Voltei de uma viagem pro Mato Grosso do Sul encafifada que queria ir a um show dele. Mas, gente, onde Almir Sater faz show? O homem não tem nem site. Não havia sinais. Acontece que nestas sincronias de tempo e espaço, exatas três semanas depois, vi o anúncio que ele estaria aqui. Eu só precisava de companhia. Daí, lembrei que conheço a maior fã dele, que na oportunidade que teve de conhecê-lo no camarim, não pode porque seu marido (com quem era casada há quase 50 anos) ficou com ciúme: a minha vó. Liguei pra ela e pedi que viajasse quase 400 km para me acompanhar. E ela, claro, veio.

Eu poderia me perder na descrição do show. Como minha vó estava fofa escolhendo a roupa perfeita para encontrá-lo. Como seguramos o ar ao vê-lo entrar no palco. Todas as vezes que suspirei fundo. Cada vez que meu coração disparou. Cada vez que rimos dos causos que ele contou. Cada vez que meus olhos se encheram de lágrimas. Como os olhos da minha vó brilhavam por estar ali. O fato dela não ter sentido sono ou qualquer dorzinha por ficar tanto tempo sentada. O jeito que ela sorria. Como fazia carinho em minhas mãos. Como me apertava as mãos quando começava nossa outra música preferida. Mas tudo seria insuficiente. Ao fim, enquanto todos aplaudiam de pé, minha vó, do alto dos seus 1,50m, dava tchauzinho pra ele. Lindo! Ficamos no corredor por onde ele passaria e quando o homem apontou, ela o pegou pelo pescoço, baixou até a altura dela, encheu seu rosto de beijos e disse “estou te beijando com se eu fosse sua mãe” (me diz? Ela não é demais?). Não conseguia dormir depois de tão emocionada. Aos 73 anos, finalmente, ela sentiu o cheirinho dele (que disse ser bom demais).

E por estes abraços rápidos, por ouvir seu violeiro preferido deitada no ombro da mulher mais amável do mundo, por proporcionar que esta mesma mulher linda encontre seu ídolo, por concordar com ele dizendo que “quando o amor começa, nossa alegria chama”, por estar lá, por continuar feliz ao lembrar que estava lá, por prometer que estará na primeira fila do próximo, por esperar com convicção que haverá uma próxima vez, por tantas coisas boas, por tantas coisas pequenas, que me convenço que a alegria está mesmo na simplicidade.


Beijo bem grande

Kézia

6 comentários:

Ana disse...

Lindo demais seu texto!!!
Me emocionei.

"Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais..."

Beijos

Priscillinha disse...

Keziãooo nem posso imaginar a cara da dona Maria... mais merecidamente esse presente.... bjão

Blog Sozinha ou Acompanhada disse...

Ai Kézia... quase chorei amiga!
Voltei e Feliz ANo Novo pra vc!!!!
Que história mais linda... eu nem sou muito do Almir Sater...mas depois dessa história ele cresceu em mim!
beijocas linda,
Mari

Carol disse...

Que coisa mais bonitaaaaaaa!
Pô, acho que gostei tanto de ler sobre sua avó que ele virou coadjuvante rsrsrs.

Beijoo

Ácidas e Doces disse...

Oi meninas
O Almir é gatíssimo, mas minha vó é estrela absoluta mesmo.
Beijo
Kézia

Bianca disse...

Ai Keké... lendo essa história, posso imaginar vc contando ela,e mais ainda a sua avó emocionadíssima...
Ela é demais....
Beijos a todas...