E foi em uma noite comum, enquanto passava pelo quarto dela, que percebi que as coisas estavam ficando sérias:
- Amor, você já .....
- Não entendi, mãe.
Ops. Não era comigo. De repente o "amor", aquele que ela dirigia a minha irmã e eu, não era mais exclusividade nossa. Eu a conhecia como mãe, amiga, filha, trabalhadora, mas não como mulher apaixonada. Eu nunca a vi sendo esposa, ou namorada, ou qualquer coisa comum às mães. E eu sempre desejei que isto acontecesse. Muito. Racionalmente falando. Já falando do coração...
É difícil dividir. Do jeito mais egoísta, controlador e ciumento que isto possa soar. Mas é. Em minha defesa digo que estou sendo boa menina. A boa filha que ela educou. A filha que ouve. Que divide. Que ameniza a situação com a caçula. "A filha mais velha" resume.
E por mais que meu lado egocêntrico queira me prender aqui, não tem sido tão difícil ignorá-lo. Basta olhar para ela que não consegue parar de sorrir. Basta ouvi-la sonhar e suspirar "ah, quando eu me casar de novo...". Ou basta ouvir o que ela acabou de dizer aqui "dá pra acreditar que na terça-feira já faz 6 meses que eu estou namorando? Dá pra acreditar?"
Pois é, mãe, nem a Kézia criança, nem a Kézia adolescente conseguiriam imaginar, quanto mais acreditar que seria assim, mas eu, eu que cheguei até aqui, não preciso imaginar porque aconteceu de verdade e eu vi!
Beijo bem grande, cheio de esperança, cheio de certeza
Kézia
Um comentário:
Lindo! Todo o amor do mundo para a sua mãe e o novo amor!
Beijocas!
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