Não que eu quisesse ter passado pelo que passei. Não que eu quisesse que as coisas tivessem tomado a proporção que tomou. Muito menos gostaria de estar pensando sobre isso numa hora dessas.
Eu havia de certo modo, me acomodado com a situação. Claro que usei de uma habilidade incrível de fingir que estava tudo bem o tempo todo. Mas, o fato é que depois de um certo tempo, eu comecei a tentar achar conforto na dor. Aos poucos esse sentimento foi criando raízes e acabou virando uma companhia constante. As vezes me perturbava, mas eu soube exatamente como remediar a dor e assim ela ia se tornando cada vez mais branda.
O remédio pra aliviar a dor é um veneno chamado lembranças. É como abrir a caixa de Pandora... É reviver e relembrar tudo o que não vai voltar mais. Momentaneamente você pode sorrir, respirar aliviado e feliz por ter vivido isso. Mas a realidade volta, e você se reencontra ali, naquele momento solitário. O efeito do veneno passa e lá vem o efeito colateral: a saudade.
E a saudade traz um monte de sequelas: Tristeza, lágrimas, decepção, culpa, remorso, raiva e é claro que a famosa FOSSA. (Essa conhecemos, hein Kézia... hahaha)
É cíclico... Mas aprende-se a lidar com isso. Dá até pra rir disto tudo, (como eu já fiz diversas vezes) mas no fim, nós sempre vamos dormir e acordar com a dor. E isto é tudo.
Mas aí a vida apronta mais uma das suas e nos dá a chance de se separar da dor. Justamente quando você acha que é capaz de conviver com ela pra sempre.
E ai vem milhões de medos e dúvidas, porque a única certeza que se tem na vida, é de que só a dor foi fiel a você por todo esse tempo em que se sofreu. E se a chance de se livrar dessa angústia for mais uma armadilha?
Em contrapartida, vem também um fiozinho de esperança... que traz o antídoto da dor: paz e serenidade. Junto com o antídoto vem a possibilidade de viver momentos novos... que trará no futuro lembranças agradáveis e saudáveis, naturalmente.
O poder da escolha é unica e somente individual.
Mas confesso que não sei se sou boba ou inteligente por tentar acreditar que a melhor escolha é a última.
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Não queria escrever isso... mas, acontece!
Fernanda.
Um comentário:
Sim, amiga... conhecemos bem. Muito bem.
Lembre-se, Fer, só uma coisa nos tira do CAOS, e é o que chamamos de GERADOR. hahaha
E "um dia virá".
Muita saudade
voooolta
beijo
Kézia
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