terça-feira, 28 de setembro de 2010

Futebol: O início de uma era

Faltam duas horas para o jogo começar. Estou pronta e minha última dúvida é se posso levar bolsa. Não custa perguntar. Ele não responde e diz que vai se atrasar. Finjo que sou compreensiva e continuo esperando. Quem já esperou tanto tempo pode esperar mais 20 minutos sem surtar. Eu faço terapia!

É necessário muito amor para me levar a um estádio porque isso implica responder questões como “nem o esmalte pode ser vermelho?” e “tem certeza que não vão jogar saco de xixi na gente?”. Apesar de tudo garanto que sou a companhia mais animada do mundo. Uma animação quase infantil. Enquanto espero, repasso algumas histórias que decorei para poder me fazer de entendida. Coisas simples como “este é o segundo estádio, o outro era ali perto do jockey”. “é mesmo necessário ter 34 jogadores?” (descarto essa por não achar de bom tom pagar do tipo não-sei-nem-o-que-um-zagueiro-faz) “ah o Tcheco? Sei sim”. Fiz uma pesquisa superficial para que ele pudesse demonstrar todo seu garbo, elegância e conhecimentos nerds. Tudo executado com muito sucesso.

A entrada do estádio me lembra demais o estádio da minha cidade. O nosso – o irmão pobre – tem capacidade para 6 mil pessoas e só vi cheio uma vez no show do Daniel. Mas aqui é diferente. Jogo da segunda divisão e estádio bem cheio. Ele me diz que a torcida é muito fiel. Devo estar com uma cara bem assustada porque ganho um abraço do tipo você-está-comigo-e-nada-vai-acontecer-com-você. Ser mulher é muito bom! Acomodada em meu lugar já vou dizendo que dá próxima vez quero assistir da arquibancada. Calma, calma, devagar. Se bem que me disseram que estou naquele também conhecido como “setor de namorados”. Lindo isso! Apesar de eu ficar imaginando os rapazes ali com olhar comprido pra arquibancada desejando estar no meio da bateria. Eu queria, pelo menos.

Mas vamos ao jogo. “Sabe o que é impedimento né?” “Aham” e tento explicar tipo Arnaldo Cézar Coelho...quando o último zagueiro está atrás da linha do último...me perdi. E ele me explica daquele jeito objetivo que só homens sabem fazer. Ao nosso lado tem um cara que eu super queria ser amiga. Ele xinga o lateral de forma a facilitar muito meu entendimento das posições. O lateral eu já sei quem é. Rola a partida e nada de gol. É muito azar. Mas lá pelos 38 minutos do primeiro tempo meu querido lembra de coisas importantes que devem ser verbalizadas e diz olhando pra mim “antes que eu me esqueça, você está muito bonita” correspondo o olhar e suspiro um “ahhhh” GOOOOOLLLLLLLL!!! “Não acredito que a gente perdeu de ver!” e ele inteligentemente diz “mas valeu a pena e logo eles fazem outro.” Ele estava certo. Mas até aí, nenhuma novidade, ele sempre está. Continuamos assistindo e conversando, mas sem tirar os olhos do campo agora. Vez ou outra somos interrompidos por um super especialista que comenta todos os movimentos e está sentado bem perto de nós. No segundo tempo, meu amigo que tanto xingava o lateral não volta, imagino que tenha ido pro outro lado do campo junto com seu time. A bateria não cansa nunca. Mas nem todo o empenho consegue estimular novos gols. 5 4 3 2 1 e dá tempo de cantar o hino mais uma vez. Fim da partida. Uma nova era começa na minha vida!

Encerramos o dia comendo comida mexicana bem perto do Curitiba Comedy Club – que eu aponto e digo que quero muito conhecer. A vantagem é que depois de tanto tempo, eu já não preciso dar nenhuma indireta.

Beijo grande

Kézia

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ela disse sim!

Sou uma solteira que vive entre casais. Uma sobrevivente! Não é fácil ouvir tantos “não, meu marido está trabalhando hoje”, “não, meu namorado chegou de viagem e quero ficar com ele”, “não, os pais do meu noivo viajaram e vamos cuidar da casa”. Principalmente quando quero muito conhecer o Curitiba Comedy Club (primeira indireta) ou comer comida mexicana (segunda). Às vezes fico pensando em ter um namorado só para forçá-lo a me levar aos lugares. No meu entendimento, os namorados nos levam aos lugares que pedimos porque sabem que aquilo será visto como uma gentileza (se bem que às vezes é um “não faz mais que a obrigação”) e quando estamos gratas somos companheiras muito melhores. Bem, é o que penso.

E funciona assim: namoro gera amor que gera paciência que gera esperança que gera planejamento que gera investimento financeiro que gera apartamento que gera casamento que gera conta conjunta. Pelo menos é mais ou menos este processo que estou vendo acontecer.

Minha amiga está na fase noivado (que ocorre mais ou menos na parte planos – poupar dinheiro – casa própria – preparativos da cerimônia). Apesar de todos os alertas sobre a realidade cotidiana matrimonial (mesmo sem nenhuma experiência, considero de alta relevância a minha participação no comitê de ajuda mútua), ela está na antecâmara do céu. Céu este que será revelado em sua plenitude no dia do casamento, se a síndrome organizei-meu-casamento-e-quero-garantir-que-tudo-esteja-perfeito permitir, caso contrário o céu será finalmente conhecido apenas em sua romântica lua-de-mel. Amém.

Mas o que me fez repensar meus hábitos foi: o orçamento cerimônia.festa.lua-de-mel. Como fiquei pensando em como eu faria para poupar tanto dinheiro caso fosse necessário mudar de vida tão de repente, lembro de pouca coisa da conversa. Coisas como “o bolo pode custar mais de R$ 2 mil” (genteeee, é só um bolo...farinha, ovos, leite, manteiga, açúcar, recheio e cobertura); “os noivinhos podem variar de R$ 150 a R$ 700” (nesta parte um rapaz da mesa achou inteligente dizer que ele sempre achou que os noivinhos fossem comestíveis – pausa para olhares de perplexidade); “o vestido .... as flores...” e sete palavras usadas na descrição do bolo: cake designer (gostei destas), chocolate, recheio, trufado, preto, branco.

É...minhas queridas... casar! Minha irmã também está noiva. Noiva na antecâmara do céu! E apesar do orçamento apertadinho, afirmo com segurança que, assim como minha amiga noiva, ela está muito feliz! E eu também. Gosto desta fase pré-casamentos. E gosto de ficar bem perto para viver tudo junto. É um sopro na alma ver alguém que amo muito casando com o amor da sua vida.

Então, querida Amiga, dentro de 59 dias ouvirei a marcha nupcial com você. O quarteto de cordas estará lindo! Seu noivo com lágrimas nos olhos e sorridente por saber que a guria mais amável do mundo será sua esposa dali alguns minutos. Finalmente vou matar a curiosidade sobre como é o seu vestido, seu penteado, seus acessórios, seu buquê, tudo. Experimentarei todos os drinks que você escolheu com tanto carinho e me comprometo a comer o bolo valorizando cada mordida. Casar pode até custar caro, mas quem é capaz de mensurar o "Amor Sincero, Puro, Verdadeiro e Eterno"?

Muito amor para viver este sonho tão sonhado, Mãozinha. Falta muito pouco.


Todos os beijos do mundo

Kézia

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

E lá vamos nós!

Eu sou daquele tipo de mulher que só toma refrigerante em ocasiões especiais – aquelas em que ninguém está olhando. Vocês devem saber, tudo aquilo que você faz quando ninguém vê, não tem valor nenhum, simplesmente porque não existiu. Vou exemplificar:

1. Dieta: Você come como uma condenada à morte. Ninguém está vendo. Zero calorias. Acompanhada de outras pessoas. Salada e suco sem açúcar. Sempre!

2. Trabalho: Você usa internet como se estivesse na lan house. Ok. Seu chefe se aproxima. Alt+Tab e de volta às planilhas do Excel.

3. Depois de levar um fora: Você continua olhando cada foto por muito tempo sem piscar. Normal. Uma amiga por perto. Janela fechada e histórico apagado.

(ATENÇÃO: EXEMPLOS MERAMENTE ILUSTRATIVOS! Beijo, chefe!)

Então, voltando ao refrigerante - que é o único fato real desta história-, por que eu faço isso? Eu classifico como falta de dignidade. Minha história é assim: parei de tomar refrigerante – e todas as demais bebidas gaseificadas - há algum tempo. Mas, às vezes, tipo ontem, quando eu abro a geladeira... ah gente... geladinho... ninguém por perto... secret... um copinho de 200 ml... não é uma quantidade assim ENORME de gás carbônico estourando no meu estômago... todos vamos morrer mesmo. Que pegue fogo! Tomei. E ui. Ele já me explode na boca. Faz minhas glândulas produzirem lágrimas extras. Estressa minhas papilas gustativas. Rasga minha garganta. Agride meu esôfago. Mostra a localização exata do meu estômago. Argh. Tarde demais. Pela prática, eu já antevia todo ciclo. Consequências que a falta de dignidade me provoca. Um conhecimento do fim que somado a uma saudade apertada, me leva a encarar o processo. Lembro daquele episódio do Pica-pau em que a bruxa tentava achar sua vassoura mágica, entre muitas comuns, em uma fábrica de vassouras. Para cada tentativa, ela dizia as palavras mágicas: E lá vamos nós!

Então... “e lá vamos nós!”

Eu não tenho dignidade mesmo!


Beijo grande

Kézia

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O assunto é: Possibilidades deprimentes

Na minha vida de possíveis jantares à luz de velas com Rod Stewart cantando The way you look tonight (ao vivo, claro!) enquanto nós dançamos em um terraço, iluminados por uma maravilhosa lua cheia, existem 5 tipos de homens:

1. Solteiros mais velhos

Caso 1:


Eu: ah, você não lembra da Porta dos Desesperados?

Ele: Minha tese de doutorado foi sobre A Influência da Inteligência Competitiva nos Resultados Organizacionais dos Mercados Asiáticos

Meu pensamento: Oooo Chatice


Caso 2:


Eu: quero muito fazer mestrado.

Ele: você pensa bastante na sua carreira né? Sempre tive outras prioridades

Meu pensamento: Corra, Kézia, corra...

2. Comprometidos

“no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho” já dizia Drummond ao antever a minha vida. É assim... a quantidade dos atributos é inversamente proporcional ao tempo que uma esperta levou para perceber que ele era demais e levá-lo para sempre de mim. (Não é por nada não...mas, para mim, o Adam Sandler é o homem mais lindo da galáxia, minhas 3 frustrações na ordem: 1. eu não me chamar Eva (Adam and Eva...entendeu?); 2. ele ser casado (fiquei mega triste quando soube); 3. ele não ser casado comigo. Adam, eu colocaria as meias em seus pés, pentearia seu cabelo, faria sua barba... ah Adam, por que você fez isso comigo? :_(

Mais provas que ele é Adam Lindler


3. Gay

Para refletir: a carência te faz acreditar em coisas que só existem na sua linda cabecinha de princesa Disney.

Coloco aqui no singular porque só conheço um (assim... um único e que é um partidão). Entendo que alguns rapazes são irresistíveis e tal...mas e eu?

4. Jovens

Imagem escolhida especialmente para a Bianca que sempre alimentou muito amor pelo Dieguinho

Ah tenho saco não e ele nem vai conhecer o Rod Stewart.

5. Solteiros com idade entre 27 e 33 anos que não dão a menor bola para mim

Que o Adam não me ouça, mas o Caleb (o vocalista do Kings of Leon) fica tão lindo de camisa xadrez... aiaiiiiii

E é aqui que as coisas acontecem. Sempre. Afinal quem aguenta ser feliz o tempo todo? São para estes que eu corro quando estou cansada de ser feliz e quero deixar minha autoestima lá no pé, ver minhas calças caindo mesmo quando eu aumento demais a dose de carboidratos, implorar pros meus amigos me explicarem o que aconteceu, fazer do meu celular um instrumento de tortura e pá. Coisinha gostosa a paixão!

Só para constar: enquanto isso tem nego brigando na balada por causa da Ana Maria Braga. Depois quando eu falo, a louca sou eu...

Bom queridos... é isso. O amor é uma flor roxa que nasce no coração das moças (Kézia, 2010).

Beijos enormes

Kézia