sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sexta-feira de promessas

Enfim ela chegou. A sexta-feira. A convergência de todas as expectativas do mundo. Dia venerado e ansiosamente esperado por todos (a menos que você seja o @caodadepressao e esteja mais para: Sexta-feira. A solidão diz olá).

A história que vou contar aconteceu numa destas sextas-feiras embaladas por samba, chops gelados e enormes filas para pagar a conta. E foi exatamente nesta fila que um estranho diálogo aconteceu:

- Oi, já vai embora?

- Ah sim. Estou cansada. E você?

- Não. Só estou descansando.

- Ah, na fila? Você descansa na fila?

- Sim. Mas, escuta, me dá seu telefone e endereço?

- Oi? Telefone e endereço? Não, não dá. Eu moro longe.

- Longe? Longe quanto?

- Muito longe. Tipo no Acre.

Não, ela não morava longe. O fator susto foi causado pela falta de prática. Ela pensou: “mas será que as coisas mudaram tanto assim? Fiquei tanto tempo fora da pista que os caras mudaram a abordagem?”

Respondendo: não, flor. Não mudaram. Em pleno 2011 ainda existem aqueles que dizem “eu te conheço de algum lugar” ou “não lembra mais de mim?” ou ainda “dizem que gata tem sete vidas. Será que você poderia viver uma delas comigo?”. Não há muito o que temer. Sabemos muito bem que a regra é: eles não ligam no dia seguinte (aliás tenho muitos depoimentos masculinos explicando a mágica do desaparecimento). O cara da fila não seria diferente. Mas suponhamos que ele fosse diferente. Anotasse tudo bonitinho e no dia seguinte lembrasse muito bem disso tudo. Você está lá tranqüila e bela e eis que surge o ser na sua casa. O que você faria? Muito provavelmente iria se desencantar. Achar fácil demais. Falar que era excessivamente bonzinho. Desnecessariamente grudento. Assustadoramente insistente. E tantas outras coisas que encheriam os ouvidos de suas amigas. É...a couraça deste valente caiu rápido demais. E talvez você fosse preferir continuar buscando outras possibilidades nestas sextas-feiras cheias de promessa. Em outros ambientes. Com outros ritmos. Outros copos. Outras filas. Assim olhando para o lado de vez em quando. Como se estivesse procurando. Como se estivesse esperando. Como se estivesse desejando sentir seu coração disparar com um simples "me dá seu telefone?"


Uma ótima sexta-feira cheia das mais empolgantes promessas
Beijo grande
Kézia


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O dementador do Facebook

Lili adora tirar fotos. E Lili ama publicar suas fotos na internet. Seus álbuns são enormes. Muitas viagens, encontros, festas, maquiagens, mudanças de cabelo e vestidos novos são retratados ali. Nas últimas fotos que vi, Lili estava sorridente no casamento de seus amigos. Ah, kits-festa, como Lili gosta! Fotos com máscara, colares de neon, anteninhas de coração e muitos beijinhos para a câmera. Lili se esbalda. A única infelicidade de Lili é que, desde o Fotolog, quem expõe suas fotos está suscetível a comentários de viciados em internet tais como ela. E assim despertei do transe enquanto via as fotos de Lili naquele casamento:

- Lili comentou em sua própria foto: Casamento maravilhoso. Felicidades ao casal.

- Dementador comentou a foto de Lili: Não sei o que é pior: a morte de uma pessoa querida ou alguém se suicidar num casamento?

- Lili responde: Ah dementador, paaara. As pessoas se casam porque se amam. Deixa de ser amargo.

- Dementador replica: Eu amo muitas mulheres. Não me caso para não perder minha liberdade e transformar o amor em ódio. Não sou amargo. Sou a pessoa mais adorável do mundo. Só tenho uma opinião bastante contundente e polêmica. Beijos, Lilizinha.

Lili parou por aí. Mas ficou pensando se dementador não seria o tipo que um dia vai, sim, se casar e querendo ser durão até o fim e insinuar que virou zumbi dançará Thriller na cerimônia.



Beijo
Kézia

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

All My Loving

Uma pausa para ser apenas doce.

Querido lindo
Em algumas horas você estará tão longe e tão bem. Sentirei saudade das músicas que você me apresentava, das imitações do Silvio, da piada da colheitadeira, das camisas listradas, do seu jeito de ajeitar os óculos e da segurança que você sempre estaria aqui perto. Sentirei saudade de tantas coisas que ainda não consigo dimensionar... Lembre-se de mim se decidir visitar a Alemanha. Lembre-se da minha proposta para quando você voltar! Até lá "I'll send all my loving to you"


Um abraço apertado para você me guardar aí dentro
Kézia

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Como funciona a minha cabeça

Tenho uma amiga que terminou o noivado e então conheceu o mais profundo charco de lama. Deixei que ela chorasse uma, duas, três semanas até que achei que era o momento de dizer uma verdade:
- Minha flor, ele era banguelo!
(Assim, quando ele ria faltavam uns laterais).
Longe de mim apontar o dedo e dizer "alá, não tem dente" até porque "como será o amanhã? Responda quem puder." Mas na minha cabeça é simples. Explico: um cara de 22 anos, VINTE E DOIS ANOS, em perfeitas condições de usar fio dental e escova de dentes todos os dias, que não tem zelo para cuidar dos próprios dentes, cuidaria dela como?

Beijo grande
Kézia

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quando um amor começa...

“... nossa alegria chama, e um violeiro toca em nossa cama.” Ah, Almir Sater!

Voltei de uma viagem pro Mato Grosso do Sul encafifada que queria ir a um show dele. Mas, gente, onde Almir Sater faz show? O homem não tem nem site. Não havia sinais. Acontece que nestas sincronias de tempo e espaço, exatas três semanas depois, vi o anúncio que ele estaria aqui. Eu só precisava de companhia. Daí, lembrei que conheço a maior fã dele, que na oportunidade que teve de conhecê-lo no camarim, não pode porque seu marido (com quem era casada há quase 50 anos) ficou com ciúme: a minha vó. Liguei pra ela e pedi que viajasse quase 400 km para me acompanhar. E ela, claro, veio.

Eu poderia me perder na descrição do show. Como minha vó estava fofa escolhendo a roupa perfeita para encontrá-lo. Como seguramos o ar ao vê-lo entrar no palco. Todas as vezes que suspirei fundo. Cada vez que meu coração disparou. Cada vez que rimos dos causos que ele contou. Cada vez que meus olhos se encheram de lágrimas. Como os olhos da minha vó brilhavam por estar ali. O fato dela não ter sentido sono ou qualquer dorzinha por ficar tanto tempo sentada. O jeito que ela sorria. Como fazia carinho em minhas mãos. Como me apertava as mãos quando começava nossa outra música preferida. Mas tudo seria insuficiente. Ao fim, enquanto todos aplaudiam de pé, minha vó, do alto dos seus 1,50m, dava tchauzinho pra ele. Lindo! Ficamos no corredor por onde ele passaria e quando o homem apontou, ela o pegou pelo pescoço, baixou até a altura dela, encheu seu rosto de beijos e disse “estou te beijando com se eu fosse sua mãe” (me diz? Ela não é demais?). Não conseguia dormir depois de tão emocionada. Aos 73 anos, finalmente, ela sentiu o cheirinho dele (que disse ser bom demais).

E por estes abraços rápidos, por ouvir seu violeiro preferido deitada no ombro da mulher mais amável do mundo, por proporcionar que esta mesma mulher linda encontre seu ídolo, por concordar com ele dizendo que “quando o amor começa, nossa alegria chama”, por estar lá, por continuar feliz ao lembrar que estava lá, por prometer que estará na primeira fila do próximo, por esperar com convicção que haverá uma próxima vez, por tantas coisas boas, por tantas coisas pequenas, que me convenço que a alegria está mesmo na simplicidade.


Beijo bem grande

Kézia

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Em cabeça de mulher e saco de mendigo ninguém sabe o que tem dentro*

Minha amiga terminou o namoro como um espirro (se pá no meio da TPM, mas beleza). Se arrependeu três dias depois. Mas já era tarde. Tudo estava triste e sombrio até o dia em que ela bebeu demais e resolveu matar a saudade ligando pra ele (já disse isso aqui, mas vale ressaltar: bebida e celular não prestam, gente). E lá vai. Ele atendeu já trocando as esporas:

- O que você quer? Você bebeu?

- Não. Só quero conversar.

- Quer conversar? Liga pra Hebe.

Que fino!

Eu ri.

Daí a vida continua e ela é uma novela mexicana mesmo. Eis que depois de 10 anos num relacionamento indefinido e sem cobranças, ela surtou e falou que não queria mais e que se ele quisesse alguma coisa séria tinha que parar de ligar pra ela de madrugada como se ela fosse uma... (não vou reproduzir). Amei. Demorou. E ele? Sumiu, claro. Bom, perdeu. Prossigamos. Ela conheceu outro cara e começou a sair com ele. Nisso os mortos ressuscitam e o 10-anos-de-ficadas-sem-compromisso surge espalhando pra todo mundo que ela estava com outro e que o cara não era bom o suficiente. Homem quando é fofoqueiro, pelamor. Até aí, quem se importa com a opinião dele? Foi. Passado. Eis que o 10-anos-de-ficadas-sem-compromisso começa a enviar mensagens pra ela:

1ª: Havaianas.

2ª: RISOS.

3ª: Todo mundo usa.

Gente, EU RI. E ela nem se deu ao desplante de responder.

Ah a vida! É por isso que não conto piada. A vida é uma piada por si só.


Beijo grande a todos e um abraço apertado pra minha amiga Ninja, que sempre me fez rir das mazelas da vida e merece um descanso nos braços do novo amor

Kézia

* Frase do novo amor da Ninja. Tô falando, gente, essa vida....

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Balanço inicial

Ano passado o amor soprou com carinho lá em casa. Minha irmã ficou noiva e minha mãe – 23 anos depois e finalmente recuperada do baque - começou a namorar. Eu abri o coração e nunca fiquei tão suspirante. Questionei tudo. Duvidei de todas as minhas convicções. Foi um ano de encontros e reencontros. Não deu para ser feliz o tempo todo, mas até aí, normal, nunca dá mesmo.

E esse ano muitas coisas acontecerão. Casamentos. Noivados. Viagens. Projetos novos. Preciso terminar a pós e finalmente atingir o avançado no inglês. E eu quero coisas simples. Uma vida tranqüila e um avião com destino à felicidade. “A felicidaaaade pra mim é você. Pense em mim. Chore por mim. Liga pra mim.” Opa! Voltando. Entre tantas coisas eu quero definir o abdômen. Foi uma vontade que chegou de repente como todas as vontades chegam (assim como aquela que nasceu anteontem de completar uma prova de IronMan até os 35 anos). Disciplina e perseverança. Sem promessas e sem peso, depois eu conto o resultado.

A vocês, muitos sonhos, possíveis ou não, realizados neste novo ano.


Beijo bem grande, carinhoso e esperançoso

Kézia