terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reflexões de Uma Esposa - Capítulo I - Cadê minha meia?!

É.
(...)

Na véspera de completar 27 anos, aos 6 anos de relação, 3 anos de casada, EU, trabalhadora decente e honesta, AINDA ouço a seguinte pergunta: "Amor... cadê minha meia?"

Pergunta esta feita pelo meu excelentíssimo esposo, no auge dos seus 30 anos. Claro que outras perguntas clássicas como "Você fez aquele bife que eu te pedi?" "Aquela camisa cinza já foi lavada?" ecoam pela minha humilde residência própria, conquistada com trabalho e suor, através de um financiamento da Caixa Econômica Federal durante quinze labutosos anos da minha vida.

Não que eu não reclame - eu até já sabia o que me aguardava quando decidi usar a aliança na mão esquerda. Minha avó falava da dependência do meu avô, minha mãe hoje "brinca" com a dependência do meu pai E DO MEU IRMÃO. E agora eu, junto com outras amigas casadas expomos esses casos, que são frequentes em 100% dos casamentos que eu ouço falar.

Acho que isso não é culpa dele, nem da minha sogra (ela o mima bastante... mas não vou encaixá-la aqui) mas eu penso que isso é uma ordem natural das coisas. Nós nascemos, brincamos com bonecas a vida toda, muitas aprendem a costurar, temos gosto por cozinha, temos um senso organizacional muito maior que o dos homens. Quando casamos, podemos não ter toda a experiência de como gerir uma casa, mas sabemos como tudo funciona e conseguimos operacionalizar todas as demandas de uma casa bem mais rápido do que qualquer homem. Até aquele lance de separar roupas escuras e claras na hora de lavar roupa a gente sabe. E olha que isso minha mãe nunca me disse que era pra ser feito. E acho essa simples sabedoria, um dos conhecimentos fundamentais para minha vida funcionar em harmonia.

O meu eterno namorado (não gosto da palavra "marido") HOJE reconhece em mim essa peça fundamental que equilibra as coisas lá em casa. Mas isso veio ao longo do casamento, não foi de pronto. Ele é competitivo, tenta se equiparar lá em casa. Ele gosta de ser elogiado e reconhecido pelas proezas domésticas que realiza. E confesso que esse gênio dele no começo, dificultava e muito as coisas lá em casa. Ele se julgava sabichão, dizia ter todo o conhecimento das obrigações de um lar, e resolveu mostrar pra mim num sábado,dia que eu costumava faxinar a casa.

Começou pelo quarto arrumando tudo. Nas minhas gavetas haviam coisas dele, e coisas minhas na gaveta dele. Ele não trocou a roupa de cama (coisa que faço todo sábado) e deixou a coberta que forra a cama meio torta. Aspirou o quarto, mas não passou embaixo da cama. Eu observei e não falei nada, pois era a primeira vez dele. Valeu a tentativa.

Depois foi pra sala e só aspirou. Não passou pano nos móveis, não guardou os próprios CD's que estavam espalhados que ele mesmo espalhou. não limpou a janela e nem afastou o sofá pra aspirar. Eu já tinha percebido que iria refazer tudo. Mas deixei-o bem a vontade.

Não lavou os banheiros nem trocou as lixeiras. Não trocou as toalhas usadas durante a semana, nem os carpês, não limpou espelhos, box, janelas. Nem pôs pastilhas no vaso. Passou um pano rapidinho no chão com água e detergente e secou com um pano. O chão ficou super escorregadio, ele acabou escorregando em um dos banheiros e ficou com um hematoma no bumbum. Ofereci ajuda e ele me disse com firmeza: "Está tudo sob controle. Acidentes acontecem. Pensei: "Huummm Magayver doméstico..." Mas só pensei. Não disse nada. Eu já estava convencida de que iria refazer tudo, mesmo.

Na cozinha, por sorte não haviam louças a serem lavadas. Mas ele não passou pano na cozinha, não trocou toalha de mesa nem panos de pratos usados durante a semana, não trocou os tapetinhos que tenho na cozinha, não limpou microondas, geladeira, fogão, não trocou o filtro do depurador de ar. Ele só aspirou a cozinha e pôs as cadeiras na mesa ordenadamente na mesa. Só isso. Ah, e haviam louças no escorredor, que foram guardadas onde ficam os copos.

Nesse meio tempo da cozinha, meu telefone tocou. Era minha mãe. Fui ao quarto para atendê-la mais calmamente e poder lhe contar uma das cenas mais engraçadas que já tinha presenciado em todo meu casamento.

Foram uns dez minutos de conversa. Ele entrou no quarto todo prosa, suuuuper se achando. Me despeço do telefone. Segue diálogo para maior compreensão:

- E aí, o que achou do dia de hoje, meu amor?
- Muito tranquilo. Fiz tudo em 40 minutos. Não entendo o porquê da sua faxina demorar o dia inteiro, sério mesmo! Sei lá amor, acho que você não tem condições pra arrumar a casa. Acho melhor você cozinhar e lavar a louça. Faxina cuido eu.
- Ah, sério? Nossa, como você é proativo! Acho bem engraçada a sua opinião, porque a contrário da minha, acho que sua faxina ficou faltando alguns "pequenos detalhes" que fazem toda a diferença...
- Eu sei, eu sei. Sei bem do que você tá falando. Mas você subiu pra atender sua mãe. É das roupas que você tá se referindo. Estão lá, todas na máquina sendo lavadas. Vai ser apenas pendurar no varal e acabaram todos os serviços.

Não houve mais diálogo. Desci correndo as escadas, fui até a área de serviço e estavam lá, todas sendo batidas ao mesmo tempo: roupas brancas, pretas, rosas, azuis. Meias, cuecas, panos de prato (ele resolveu lavar), gravatas e roupas de lã, seda, algodão, jeans. Tudo junto. Desliguei imediatamente.

O sentimento de desespero pairava no ar como uma pluma deslizante num vento outonal. Ele desceu na maior calma do mundo questionando minha atitude desesperada.

- Mas o que aconteceu, guria?! Que desespero é esse, pra ver o que tem na máquina?

Peguei minha blusa social branca favorita que estava no meio da lavagem e lhe mostrei a mancha enorme e preta que havia se formado. Na minha face, ódio. Na dele, medo. Medo do que iria acontecer naquele momento. Ele pôs a mão na testa como se dissesse "putz". Ele tentou se aproximar e eu disse sonoramente: "SAI DAQUI! A-GO-RA."

Ele obedeceu.

Não falei durante toda a tarde.
Comecei a "Refaxinar" a casa, e até fui impedida no primeiro momento com a justificativa: "Vamos ligar numa agência pra vir alguém aqui agora! Desculpe!"
Eu só o encarei. Ele viu que nem uma diarista de emergência iria adiantar. Passei a tarde sendo observada por ele e ouvindo as seguintes frases:
"Caramba... é mesmo, não troquei a roupa de cama"
"Não sabia que aspirava embaixo da cama"
"Pra onde vão essas roupas de cama? Ah, vão ser lavadas... hmm"
"Mas precisa trocar os tapetes de banheiro?"
"Vai lavar as toalhas?"
"Hmm... não limpei espelho"
"Ah, esqueci de trocar as lixeiras"

Enfim.... toooodas as coisas que ele não fez ele tentava se justificar. Não falei nada. Fiquei muito brava com o episódio das roupas. Depois de tudo pronto, tomei um banho, me arrumei e disse:

- Vamos ao shopping. Você vai me ressarcir de todas as minhas roupas que você estragou.

(...)

Depois deste dia, as coisas mudaram lá em casa. Com diarista ou sem diarista, quem equilibra e gerencia as coisas de casa sou eu. Proezas dele, se resumem a pendurar quadros, tirar as roupas do varal, arrumar o guarda roupa (o meu e o dele! ele dobra roupas que é uma beleza!) pegar as coisas que estão no alto e eu não alcanço, matar insetos e me ajudar na louça (ele acabou aprendendo).

E eu elogio muito o que ele faz. Ele faz bem feito.

Tudo se facilitou. Ele melhorou e tem noção das coisas que pode e não pode fazer. Hoje somos uma equipe, eu faço algumas coisas e ele outras. Aí veio a Djeine pra ajudar (minha diarista) aos sábados e aí sim, tudo mudou de verdade lá em casa. Só vez ou outra ele encasqueta com ela, pois ele diz que ela nunca faz o que ele pede.
Sabe o que a Djeine diz?
"Ah, seu Daniel... a patroa de casa aqui é a Dona Fernanda. Se ela disser isso aí que o senhor tá pedindo, eu faço. Mas senão...".
É, a Djeine sabe como a vida de uma família (a minha, pelo menos) funciona.

Por fim, o que eu acho mesmo é dispendioso ir lá, pegar a meia dele naquela segunda gaveta que tanto digo que está, e que ele insiste em não estar achando. E depois ouvir dizer "caramba... como que você achou aqui?"

Então eu não reclamo mesmo das perguntas homéricas que ouço em casa. Eu escolhi assim. E nossa relação como casal funciona que é uma beleza dessa maneira. Ele também se convenceu que as coisas assim são menos estressantes. Reclamações mesmo, só dele não ter achado a meia na segunda gaveta que eu tanto falo....

Mas isso é outro capítulo.

Um beijo,
Fernanda.




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ih, minha mãe tá namorando! - Final: Ih, minha mãe tá namorando!

E foi em uma noite comum, enquanto passava pelo quarto dela, que percebi que as coisas estavam ficando sérias:
- Amor, você já .....
- Não entendi, mãe.
Ops. Não era comigo. De repente o "amor", aquele que ela dirigia a minha irmã e eu, não era mais exclusividade nossa. Eu a conhecia como mãe, amiga, filha, trabalhadora, mas não como mulher apaixonada. Eu nunca a vi sendo esposa, ou namorada, ou qualquer coisa comum às mães. E eu sempre desejei que isto acontecesse. Muito. Racionalmente falando. Já falando do coração...
É difícil dividir. Do jeito mais egoísta, controlador e ciumento que isto possa soar. Mas é. Em minha defesa digo que estou sendo boa menina. A boa filha que ela educou. A filha que ouve. Que divide. Que ameniza a situação com a caçula. "A filha mais velha" resume.
E por mais que meu lado egocêntrico queira me prender aqui, não tem sido tão difícil ignorá-lo. Basta olhar para ela que não consegue parar de sorrir. Basta ouvi-la sonhar e suspirar "ah, quando eu me casar de novo...". Ou basta ouvir o que ela acabou de dizer aqui "dá pra acreditar que na terça-feira já faz 6 meses que eu estou namorando? Dá pra acreditar?"
Pois é, mãe, nem a Kézia criança, nem a Kézia adolescente conseguiriam imaginar, quanto mais acreditar que seria assim, mas eu, eu que cheguei até aqui, não preciso imaginar porque aconteceu de verdade e eu vi!

Beijo bem grande, cheio de esperança, cheio de certeza
Kézia


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ih, minha mãe tá namorando! - Parte 2: A Mariposa Apaixonada de Guadalupe

Todas as tardes a Rádio Atividade dedicava uma programação exclusiva aos seus tantos românticos ouvintes. Cartas que contavam histórias de amor eram lidas. Impasses e dramas amorosos eram resolvidos por telefone. Ela cantarolava todas as músicas. Acreditava na veracidade das histórias. Sofria com a tensão dos casos. Se envolvia. Sentia-se de volta àquele mundo ao qual ela havia deixado de fazer parte. E foi ali que ela começou a cogitar a possibilidade de se unir aos esperançosos que mandavam pequenos anúncios de seus corações disponíveis.

E ela escreveu o seu. Escolheu cada palavra. Temia aparentar desespero. Temia parecer desinteressante. Na sua expectativa poderia beijar o papel deixando uma marca com seu batom mais bonito. "... andei por milhas e milhas tão distante de tudo e agora procuro o meu par". Não foi capaz de controlar seu coração quando ouviu seu bilhetinho sendo lido ao vivo. Será que alguém ligaria? E se ninguém ligasse? E se ninguém quisesse? Besteira. Tinha tudo para dar certo. Mas será que "ele" ligaria? Ele mesmo. Aquele desconhecido por quem ela esperava tanto. E se ele não gostasse dela? Se não quisesse ficar?

E, sim, seu telefone tocou. Não apenas uma vez. E entre os que chegavam e partiam, um tinha um jeito despretensioso. Chegou do nada, sem promessas ou presentes. Trouxe apenas seu coração cansado de errar. Ouviu tudo o que ela dizia e nada lhe indagou. Foi chegando sorrateiro procurando onde se instalar.

Mas como ela faria isso? Como deixaria de criar possibilidades e dar-se uma real oportunidade? Ela ainda saberia como agir? Ainda havia tempo? Sentia-se uma adolescente enquanto vestia seu melhor vestido. Ajeitou o cabelo enquanto o procurava entre tantos rostos estranhos. Pernas bambas. Coração disparado. Boca seca. "É ele!"

E então as dúvidas se calaram. Os medos se dissiparam. Não lhe sobraram perguntas. Apenas seus braços que pareciam ter sido feitos para permanecer naquele abraço. E neste momento ela soube que não estava mais a apenas dois passos do paraíso.


Beijo grande
Kézia

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ih, minha mãe tá namorando! - Parte 1: Arlindo Orlando fugiu, desapareceu, escafedeu-se

Perto de completar 27 anos ando mais obsessiva do que nunca com a ideia de casamento. Todos meus bons ou maus conceitos foram, um dia, ouvidos pelo meu terapeuta e desafiados por uma inquietante pergunta: “qual será a ideia fantasiosa que você criou?”.

Talvez a crise seja causada pelo iminente casamento da minha irmã. Ou talvez mesmo com a casa em ordem, um bom trabalho e a família tranqüila, eu passe os dias procurando alguma coisa que não sei o que é, mas sinto tanta falta que chega a doer. Ou quem sabe tudo seja motivado pelo divórcio da minha amiga de infância, da mesma idade que eu e um filho de 3 anos. Se eu não tivesse desistido das conversas que ocorriam naquela clínica de análise, talvez eu tivesse contado para ele uma história tão tragi-romântica quanto aquela cantada pela Blitz, mas que aconteceu de verdade, com a minha mãe, em uma cidade tão pacata quanto Miracema do Norte.

Lá pelos seus 27 anos ela viu o seu Arlindo Orlando deixando-a com o coração partido e duas filhas totalmente dependentes. A separação tem um gosto tão amargo que a memória parece fazer questão de não apagar. E ela conheceu todas as emoções que os rompimentos trazem. Todas as perguntas que nunca encontrarão respostas. As hipóteses que nunca serão provadas. Os planos que não serão realizados. As promessas que não serão cumpridas. Os sonhos que ficarão para trás. Guardou tudo ali e cuidou de cada frustração como se fossem seu memorial e garantia de nunca mais repetir o feito.

E assim os anos passaram devagar. Somaram 23. As filhas cresceram. Deixaram de ser dependentes e tornaram-se parceiras. Foi então que os argumentos começaram a perder o sentido. Não mais por elas. E se elas deixaram de ser o centro, alguém precisaria ocupar este lugar. E quem sabe dessa vez não fosse a sua vez? A sua vez de ser prioridade. Por que não? E devagar ela começou a acreditar que era possível se apaixonar de novo. E de novo. E de novo. E quantas vezes fossem necessárias até ser tão feliz a ponto do coração parecer querer explodir dentro do peito. Ser feliz despreocupada e intensamente. E assim, de um jeito tímido, comum a todas as metamorfoses, nascia nossa Mariposa Apaixonada de Guadalupe.


Beijo grande
Kézia

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ele não tem carro

- Ele disse que não a convida para sair porque não tem carro. – diz a minha irmã enquanto me atualiza de um love is in the air alheio.

- Mas, meu Deus, o que ele é? Um homem ou um saco de batatas? – indago totalmente ciente que ele deve ter no máximo 20 anos.

- Ai, Kézia, você não entende. Alguns homens têm dessas coisas. – finaliza minha irmã mais nova que, claramente, tem melhor desenvoltura do que eu em relacionamentos .

Ok. Vamos aos fatos. É um moto-perpétuo (9,3 na escala Sheldon Cooper de arrogância). Estes homens não convidam mulheres para sair porque não têm carro. Elas continuam por aí, na pista, à espera de um encontro. Rapazes com carro chegam e fazem o convite. Elas aceitam porque “e se for ele?”. Homens sem carro apontam o dedo “Alá, só porque tem carro.” Estes homens não convidam mulheres para sair porque não têm carro. Elas continuam por aí, na pista... E assim continuamente.

Bom, eu me compadeço. Não tenho carro. Vivo argumentando que este é um bem depreciativo. Obviamente um discurso decorado de alguém que não tem o montante disponível para tal aquisição. Mas, rapazes, não é verdade que só gostamos de quem tem carro. As coisas não são bem assim.

Claro que ninguém gosta de ter que consultar o itinerário de ônibus e ficar 20 minutos no frio congelante esperando ele chegar, ou mesmo ficar dando mole pelas madrugadas enquanto o táxi não vem. Todos gostam de conforto. Mas também não é regra: “Oi, tudo bem? Tem carro? Ah, que pena! Então vaza”. Não!

Para conquistar mulher é fácil, rapazes. Chega a pecar pela simplicidade. Vou citar um diálogo real e impactante.

- Ah, lindo, andei pesquisando nossas alianças de casamento. Poxa, são tão caras.

- Mas, meu amor, elas serão para sempre! – disse o rapaz que nem tem carro...

Nós mulheres podemos ser complexas, indecisas, distraídas, demoradas, sem noção de espaço, sem orientação geográfica e confusas na baliza, mas somos muito simples. Só não deixamos isto muito claro porque vocês ficam ainda mais lindos quando estão quebrando a cabeça para nos agradar.


A matemática nem sempre é uma ciência exata.


Beijo grande
Kézia

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pagar ou não a conta

"Quem paga é o homem. Sempre. Eu já vou engravidar e carregar o bebê por nove meses. Pagar a conta é o mínimo que ele deve fazer." É assim que ela tenta me convencer que estou muito errada. Pelo seu olhar, ela deve me achar uma imbecil por ficar tão boquiaberta ao ouvir seu raciocínio. Mas mulher é mulher. Ninguém entende. Nem eu que produzo estrogênio e progesterona.

Só conheci uma outra guria que andava assim com pensamentos tão tradicionais. A mocinha em questão tinha terminado o namoro há pouco tempo, de uma forma horrível e descobriu que o cara era um grandicíssimo mentiroso. Combinação nitroglicerínica. Perigosa. Tudo o que ela dizia era: “o próximo cara que se aproximar de mim, vai ter que lamber o chão que eu piso e o mínimo que ele deve fazer é pagar a conta.” Bom, ela conseguiu. Ele não lambe o chão que ela pisa, mas é apaixonado e ainda paga a conta. Até quando ele continuará colocando tudo no débito? Não sei. Só sei que ela merece mesmo ser tratada como princesa.

Mas será mesmo que tratar bem é sempre pagar? Espero que não, caso contrário, ai de nós os renda justa e parcialmente comprometida. A minha regra só vale para um primeiro encontro. Meu teste de "vale ou não esperar ele ligar" é justamente a hora de pagar a conta. Certamente quando o garçom chegar vou tirar a carteira da bolsa e tentar negociar com certa insistência a divisão da conta. Momentos de tensão. Caso ele diga: “beleza, são R$ 37,52 para cada”, desejo cair dura e seca ali mesmo, pago e no caminho de casa tento superar os dramas conquistados com a igualdade feminina. Pagar eu pago, mas não me verá de novo. Concorda comigo?

Beijo grande
Kézia