terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Reflexões de Uma Esposa - Capítulo I - Cadê minha meia?!
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Ih, minha mãe tá namorando! - Final: Ih, minha mãe tá namorando!
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Ih, minha mãe tá namorando! - Parte 2: A Mariposa Apaixonada de Guadalupe
Todas as tardes a Rádio Atividade dedicava uma programação exclusiva aos seus tantos românticos ouvintes. Cartas que contavam histórias de amor eram lidas. Impasses e dramas amorosos eram resolvidos por telefone. Ela cantarolava todas as músicas. Acreditava na veracidade das histórias. Sofria com a tensão dos casos. Se envolvia. Sentia-se de volta àquele mundo ao qual ela havia deixado de fazer parte. E foi ali que ela começou a cogitar a possibilidade de se unir aos esperançosos que mandavam pequenos anúncios de seus corações disponíveis.
E ela escreveu o seu. Escolheu cada palavra. Temia aparentar desespero. Temia parecer desinteressante. Na sua expectativa poderia beijar o papel deixando uma marca com seu batom mais bonito. "... andei por milhas e milhas tão distante de tudo e agora procuro o meu par". Não foi capaz de controlar seu coração quando ouviu seu bilhetinho sendo lido ao vivo. Será que alguém ligaria? E se ninguém ligasse? E se ninguém quisesse? Besteira. Tinha tudo para dar certo. Mas será que "ele" ligaria? Ele mesmo. Aquele desconhecido por quem ela esperava tanto. E se ele não gostasse dela? Se não quisesse ficar?
E, sim, seu telefone tocou. Não apenas uma vez. E entre os que chegavam e partiam, um tinha um jeito despretensioso. Chegou do nada, sem promessas ou presentes. Trouxe apenas seu coração cansado de errar. Ouviu tudo o que ela dizia e nada lhe indagou. Foi chegando sorrateiro procurando onde se instalar.
Mas como ela faria isso? Como deixaria de criar possibilidades e dar-se uma real oportunidade? Ela ainda saberia como agir? Ainda havia tempo? Sentia-se uma adolescente enquanto vestia seu melhor vestido. Ajeitou o cabelo enquanto o procurava entre tantos rostos estranhos. Pernas bambas. Coração disparado. Boca seca. "É ele!"
E então as dúvidas se calaram. Os medos se dissiparam. Não lhe sobraram perguntas. Apenas seus braços que pareciam ter sido feitos para permanecer naquele abraço. E neste momento ela soube que não estava mais a apenas dois passos do paraíso.
Beijo grande
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Ih, minha mãe tá namorando! - Parte 1: Arlindo Orlando fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Perto de completar 27 anos ando mais obsessiva do que nunca com a ideia de casamento. Todos meus bons ou maus conceitos foram, um dia, ouvidos pelo meu terapeuta e desafiados por uma inquietante pergunta: “qual será a ideia fantasiosa que você criou?”.
Talvez a crise seja causada pelo iminente casamento da minha irmã. Ou talvez mesmo com a casa em ordem, um bom trabalho e a família tranqüila, eu passe os dias procurando alguma coisa que não sei o que é, mas sinto tanta falta que chega a doer. Ou quem sabe tudo seja motivado pelo divórcio da minha amiga de infância, da mesma idade que eu e um filho de 3 anos. Se eu não tivesse desistido das conversas que ocorriam naquela clínica de análise, talvez eu tivesse contado para ele uma história tão tragi-romântica quanto aquela cantada pela Blitz, mas que aconteceu de verdade, com a minha mãe, em uma cidade tão pacata quanto Miracema do Norte.
Lá pelos seus 27 anos ela viu o seu Arlindo Orlando deixando-a com o coração partido e duas filhas totalmente dependentes. A separação tem um gosto tão amargo que a memória parece fazer questão de não apagar. E ela conheceu todas as emoções que os rompimentos trazem. Todas as perguntas que nunca encontrarão respostas. As hipóteses que nunca serão provadas. Os planos que não serão realizados. As promessas que não serão cumpridas. Os sonhos que ficarão para trás. Guardou tudo ali e cuidou de cada frustração como se fossem seu memorial e garantia de nunca mais repetir o feito.
E assim os anos passaram devagar. Somaram 23. As filhas cresceram. Deixaram de ser dependentes e tornaram-se parceiras. Foi então que os argumentos começaram a perder o sentido. Não mais por elas. E se elas deixaram de ser o centro, alguém precisaria ocupar este lugar. E quem sabe dessa vez não fosse a sua vez? A sua vez de ser prioridade. Por que não? E devagar ela começou a acreditar que era possível se apaixonar de novo. E de novo. E de novo. E quantas vezes fossem necessárias até ser tão feliz a ponto do coração parecer querer explodir dentro do peito. Ser feliz despreocupada e intensamente. E assim, de um jeito tímido, comum a todas as metamorfoses, nascia nossa Mariposa Apaixonada de Guadalupe.
Beijo grande
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Ele não tem carro
- Mas, meu Deus, o que ele é? Um homem ou um saco de batatas? – indago totalmente ciente que ele deve ter no máximo 20 anos.
- Ai, Kézia, você não entende. Alguns homens têm dessas coisas. – finaliza minha irmã mais nova que, claramente, tem melhor desenvoltura do que eu em relacionamentos .
Ok. Vamos aos fatos. É um moto-perpétuo (9,3 na escala Sheldon Cooper de arrogância). Estes homens não convidam mulheres para sair porque não têm carro. Elas continuam por aí, na pista, à espera de um encontro. Rapazes com carro chegam e fazem o convite. Elas aceitam porque “e se for ele?”. Homens sem carro apontam o dedo “Alá, só porque tem carro.” Estes homens não convidam mulheres para sair porque não têm carro. Elas continuam por aí, na pista... E assim continuamente.
Bom, eu me compadeço. Não tenho carro. Vivo argumentando que este é um bem depreciativo. Obviamente um discurso decorado de alguém que não tem o montante disponível para tal aquisição. Mas, rapazes, não é verdade que só gostamos de quem tem carro. As coisas não são bem assim.
Claro que ninguém gosta de ter que consultar o itinerário de ônibus e ficar 20 minutos no frio congelante esperando ele chegar, ou mesmo ficar dando mole pelas madrugadas enquanto o táxi não vem. Todos gostam de conforto. Mas também não é regra: “Oi, tudo bem? Tem carro? Ah, que pena! Então vaza”. Não!
Para conquistar mulher é fácil, rapazes. Chega a pecar pela simplicidade. Vou citar um diálogo real e impactante.
- Ah, lindo, andei pesquisando nossas alianças de casamento. Poxa, são tão caras.
- Mas, meu amor, elas serão para sempre! – disse o rapaz que nem tem carro...
Nós mulheres podemos ser complexas, indecisas, distraídas, demoradas, sem noção de espaço, sem orientação geográfica e confusas na baliza, mas somos muito simples. Só não deixamos isto muito claro porque vocês ficam ainda mais lindos quando estão quebrando a cabeça para nos agradar.
Beijo grande
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Pagar ou não a conta
"Quem paga é o homem. Sempre. Eu já vou engravidar e carregar o bebê por nove meses. Pagar a conta é o mínimo que ele deve fazer." É assim que ela tenta me convencer que estou muito errada. Pelo seu olhar, ela deve me achar uma imbecil por ficar tão boquiaberta ao ouvir seu raciocínio. Mas mulher é mulher. Ninguém entende. Nem eu que produzo estrogênio e progesterona.
Só conheci uma outra guria que andava assim com pensamentos tão tradicionais. A mocinha em questão tinha terminado o namoro há pouco tempo, de uma forma horrível e descobriu que o cara era um grandicíssimo mentiroso. Combinação nitroglicerínica. Perigosa. Tudo o que ela dizia era: “o próximo cara que se aproximar de mim, vai ter que lamber o chão que eu piso e o mínimo que ele deve fazer é pagar a conta.” Bom, ela conseguiu. Ele não lambe o chão que ela pisa, mas é apaixonado e ainda paga a conta. Até quando ele continuará colocando tudo no débito? Não sei. Só sei que ela merece mesmo ser tratada como princesa.
Mas será mesmo que tratar bem é sempre pagar? Espero que não, caso contrário, ai de nós os renda justa e parcialmente comprometida. A minha regra só vale para um primeiro encontro. Meu teste de "vale ou não esperar ele ligar" é justamente a hora de pagar a conta. Certamente quando o garçom chegar vou tirar a carteira da bolsa e tentar negociar com certa insistência a divisão da conta. Momentos de tensão. Caso ele diga: “beleza, são R$ 37,52 para cada”, desejo cair dura e seca ali mesmo, pago e no caminho de casa tento superar os dramas conquistados com a igualdade feminina. Pagar eu pago, mas não me verá de novo. Concorda comigo?
Beijo grande