sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A agência, a lua-de-mel e EU!

“Boa tarde, Kézia

A consultora que os estava atendendo se desligou da empresa e a partir de agora serei eu quem os atenderá.

Creio que ela deva ter entrado em contato para tratar da viagem de Lua de Mel de vocês. Gostaria de, caso ainda não tenham fechado a viagem, me colocar a disposição para atendê-los e auxiliá-los na escolha do destino, hotéis, enfim, tudo o que diz respeito à viagem.

Aguardo retorno.”

Peraí que perdi alguma coisa aqui. Que consultora? Vocês? Atendê-los? Por que esse plural? Que destino, gata? Destino... RISOS. Sexta-feira. Não tenho um periquito pra dar água e você vem pluralizar? Sei nem DO QUE você tá falando. Olha, que desgosto! Mas deixa estar. Tem problema não. Imagina que uma coisinha dessas vai me fazer desanimar.


jamais



Beijo grande
Kézia - que nem contato com agências de viagens faz

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A vida depois do fora

Foras? Coleciono muitos. E, sabe, eu não espero muito do cara que não quer mais nada comigo. Apenas duas coisas... duas pequenas coisinhas. A primeira é que ele não fique feliz. A maior afronta, depois dele resolver não gostar mais de mim, é perceber que alguém está tocando a vida e este alguém – ora ora vejam só – não sou eu. Ele num 4square at boteco com os amigos enquanto eu sigo fiscalizando loucamente todos os seus passos. Fotos rindo? Não faça isso. Nem sorrindo, por favor. Esqueça a internet. Sei lá. Mas me acompanhe. Se não conseguir, disfarce. Não me interessa. Só não seja feliz até eu conseguir ficar bem de novo. Ok? Eu te aviso quando estiver liberado. Outra coisa que eu desejo é, obviamente, o arrependimento. O mínimo que eu espero dele é que volte se arrastando. Lambendo o chão que eu piso. E eu lá, linda e sem silicone, acompanhada de um cara mais alto e forte e gato. Daí eu faço um aceno com a cabeça. Assim de longe. Porque, claro, meu novo namorado é muito melhor e eu não dividiria 30 segundos do nosso tempo cumprimentando ex com beijinho, né? E daí eu olho ao meu lado pra toda aquela exuberância e penso... eu penso... é... humm... peraí, do que eu tava falando mesmo?


esqueci!


Beijo grande
Kézia

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A nós, saladas

Quero deixar claro: eu não tenho dedo podre. Eu não me apaixono por cafajeste. Eu não gosto de cara errado. Eu não crio histórias que não existem. A última que sei é que lerdeei tanto a ponto do cara ficar noivo. Eu dizia saudade de ouvir a sua voz e ele me ligava para que pudesse ouvi-la. Anos. Até que - opa - ficou noivo. Também com aquela voz! Certa ela. Eu também não deixaria passar. Mas deixei. E se eu tenho uma qualidade é esta: começar namoros. Dos outros. Casos de sucesso não me faltam. Sabe, vejo o dia em que estarei na festa e ali na hora do brinde me assustarei ao ler nos olhos da noiva: "poderia ser você, mas não é, saladinha!". Darei um sorriso. Levantarei a taça e brindarei a nós, saladas, que sempre e somente acompanhamos.


Beijo
Kézia

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Fecha esse livro e desliga este computador

Eu, Kézia, entrei numas de escolher nome de filho baseado em personagem de livro. Pensando bem, a frase não expressa a complexidade do momento. Tentarei de novo. Eu, Kézia, solteira sem date, entrei numas de escolher nome de filho baseado em personagem de livro. Ah, melhor! O primeiro poderia ser Beleg Arcoforte. Ai gente, claro que eu não faria isso com um filho meu. Eu cresci Kézia Renata. Eu conheço a vida. Seria apenas Beleg (que, aliás, eu pronuncio Belég). E nessas eu comecei a achar que todos pensam assim. Que todos os nomes têm história. O meu tem, ué. O meu existe em um contexto. Daí eu me tornei uma daquelas pessoas que conhecem uma Clarice e perguntam se é por causa da Lispector. Mas como eu poderia imaginar que uma mãe Clara e um pai Ulisses poderiam querer somar seus nomes, uai? Ok, então eu sou a única que pensa assim. Tá, não sou. A Noely também é. Porque todos (eu) sabemos (sei) que a Sandy tem este nome em homenagem a Sandy-tell-me-more-tell-me-more. Já somos duas! É, eu sei. Talvez seja prudente trocar o livro. Pensar em Edmundo. Lúcia. Principezinho. Tá. Talvez seja prudente desligar este computador e dar uma olhada nos nomes lá fora. Estes nomes que perguntam o meu. Estes mesmos nomes que saem da página do facebook e sabem dançar ali fora. É. Prudente. Se der certo vocês me acompanham no coro? Tell me more, tell me more, was it love at first sight? Aha aha aha aha aha




Beijo grande
Kézia

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Neste abraço

E se eu pudesse, assim, unindo meu coração ao seu transferir tudo o que há de bom aqui? E seu eu pudesse, assim, unindo o meu coração ao seu receber tudo o que há de melhor aí? E neste abraço dizer que eu sei que você sorri porque assim com os olhos apertadinhos as lágrimas escorrem mais depressa. E a frustração dura um pouco menos. E neste abraço te dizer que eu ainda espero. Assim sem falar nada. Sim, eu ainda confio. Eu ainda acredito que tudo vai ficar bem. Vai acontecer! E até lá, até este dia chegar - e ele virá - eu estarei aqui. Mesmo longe, eu estarei aqui. Neste lugar onde não existem paredes. Onde construímos pontes que nos levam pro possível. Pro agora. Pro presente. Pra este lugar que você tanto ama. Que não garante que existirá amanhã. Este lugar cheio de incertezas. Cheio de surpresas. Aqui. Logo aqui. Bem na sua frente. Pronto para ser descoberto. Pra ser muito bem vivido. A única coisa real. O agora. Onde não há tempo para a espera. Apenas para a ação. Um braço. Outro braço. E assim, coração com coração, todo o nosso tempo. A nossa única certeza. O nosso agora.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Porque ele não me liga

Sou uma péssima blogueira. Ok. Isso eu sei. Mas enquanto eu penso num jeito de resolver isso vou deixar aqui um texto que escrevi junto ao meu fiel consultor da vida, Luiz (outrora integrante do BOPE) para o blog 3xtrinta. Espero que esclareça a grande dúvida feminina: por que ele não me liga? (e de uma vez por todas nos desiluda da ideia que ele está com medo de se envolver)



Por que ele não liga? Eu me pergunto enquanto olho o celular em intervalos de 15 minutos. Por que ele sumiu se o nosso último encontro foi ótimo? Eu me questiono quebrando a cabeça para encontrar uma resposta coerente. O que eu fiz? Eu me culpo enquanto repasso todos os momentos em busca de pistas. Por que ele sumiu? E um pouco antes de cogitar morte acidental, decido buscar ajuda. Uma explicação. Um motivo. Uma resposta, vinda não necessariamente dele, mas de alguém que me ame o bastante para não me chamar de doida, mas me respeite o suficiente para me dizer a verdade. Luiz! Luiiiz! E a janelinha do Skype começa a piscar. Luiz, o que acontece? Por que os homens somem?

- Bom, os motivos são variáveis. Não vou levar em conta o clássico drama da menina que ficou com um cara na balada e espera eternamente a ligação dele. Balada não é lugar para achar o amor da sua vida. Isto pode acontecer. Mas é uma exceção e não a regra. Balada é lugar para extravasar. E é inevitável não se aproximar dos cafajestes, principalmente aqueles confiantes e de bom papo, e são justamente estes que vão se dar bem. Se você não acredita no que eu falo, pense naquele cara que chega em uma menina perguntando o nome, paga uma bebida e quer conversar.

Mas, deixando este clichê de lado, a pergunta é por que o atual homem dos seus sonhos deu um perdido depois de um encontro perfeito sugerido por ele? Simples. Expectativas. O início e o fim de todas as coisas. As expectativas.

- Exemplifique, Luiz.

- Certo:

1. Ele ligou depois que vocês se conheceram na balada. Parabéns! Foi tudo ótimo e valia a pena outro encontro. Então, depois de um jantar maravilhoso, em sua opinião, ele some. O que aconteceu? Expectativas. Na balada você estava solta, descontraída e simpática, porém no jantar você já não era a garota decidida e que o deixou empolgado enquanto fazia charme para ficar com ele. Ele esperava a garota da balada e você mostrou que nem sempre é a garota da balada. A satisfação é a morte do desejo.

2. Vocês se conheceram no trabalho, academia ou outra atividade da qual os dois gostam. Bom começo, afinal, vocês já têm algo em comum. Acontece um encontro e, enquanto você sai achando que se completam em tudo, ele sai pensando no quanto vocês são diferentes. Descanse. Ele não vai ligar.

3. Indicação de amigos. Sua melhor amiga acabou de começar a namorar e o namorado dela tem um amigo que tem tudo a ver com você. Depois de olhar o facebook dele, você fica super interessada, têm interesses em comum, ele viajou por lugares legais e assim por diante. Enquanto isso o rapaz está ouvindo muitas coisas a seu respeito, já que sua amiga... bem, ela é sua amiga. Ele começa a transformar você na mulher dos sonhos dele, mas quando te conhece as coisas não são como no sonho dele. Você não é ruim, não é o patinho feio, simplesmente não é a menina com quem ele sonhou e ele não quer mais.
E por aí vai. Um cara pode sumir por milhares de motivos, mas a base é a idealização de algo que não condiz com a realidade. E, em suma, ele não está a fim desta realidade. Simples assim. E quando ele some não adianta chorar, continuar ligando, cutucando no facebook, chamando no MSN, enviar SMS dizendo “ouvi aquela música e lembrei de você” ou qualquer outra forma de contato. Tudo será em vão e só fará o cara se afastar mais. Porque quando um homem quer, ele move os céus para encontrar você e, relaxa, ele encontra. Cabe a você decidir se quer ou não esperar.



... Substitua a palavra balada no exemplo 1 por churrasco e, pronto! Eu já passei por todas as situações. Este sentimento de rejeição incomoda por uma ou duas semanas (o período que eu ainda mantenho a esperança de que ele vai ligar), mas bastam algumas terapias pelo Skype, muitos amigos tolerantes e um cadinho de amor-próprio para retomar a consciência e finalizar: poxa, ele sumiu? Melhor assim. Antes fazer isso agora a ficar aqui por um tempo e causar danos maiores depois. Para ficar aqui tem que estar disposto. Eu sigo acreditando que o amor é uma coincidência. Mas isso já é outra conversa.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A japonesa, o circunstancialmente gago e o pedido

Da última vez que a encontrei, interrompendo uma amiga que falava de vestidos de noiva e decoração de festa, perguntei: “e vocês, japonesa, namoram há tanto tempo e não pensam em casar?”. Pergunta que a faz rir e dizer apontando a cabeça pro lado de forma acusativa “eu quero, mas vai falar pra ele. Cada vez que digo o bicho fica gago”. Comentário que ele aparentemente não ouve, já que parece bem envolvido na conversa dos meninos. Bonito isso, como só mulher parece querer casar, né? Mas, beleza. Eis que um mês depois, estou viajando e recebo um email em que ela me convida para seu aniversário. Respondo dizendo que estou viajando e ela diz que sabia disso, mas não poderia deixar de me convidar mesmo assim. Coisas de uma amizade desde a primeira semana de faculdade. Eis que volto de viagem. Eis que estou pela internet e encontro fotos do aniversário. E assim, passando pelas imagens, me deparo com ele, de joelhos, alianças em uma caixinha, parecendo mesmo gaguejar. Começo a ficar irritada de ter escolhido viajar justo nesta data. Tanta coisa no mundo pra eu perder e vou perder justo um pedido de casamento, assim, feito de joelhos. Eita ferro! Pelo beijo cheio de sorrisos da foto seguinte, evidentemente ela aceitou. E pelo olhar pequeninho e a risada incontida que ele demonstra enquanto põe a aliança nela, vejo que certamente não é só mulher que quer casar. Estou certa ou enxergando coisas?


Beijo grande
Kézia


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ela tem um amigo para me apresentar

“Conheça um homem de atitude” dizia o título do email, fazendo uma clara referência ao momento que eu vivia e que apaixonada e erroneamente eu, com a concordância de todas as minhas fiéis amigas, chamava de falta de atitude (o que era obviamente uma falta de interesse, mas isso a gente só se convence quando ele aparece ali, todo cheio de atitude, com outra). Abri o email rindo por aquilo estar acontecendo de novo e engoli o riso, porque sim, ele era muito lindo! Situação muito comum aos solteiros (não ele ser lindo e disponível. Isto é incomum). Mas ter uma amiga que tem um amigo. Ou o namorado da amiga que tem um amigo. Ou alguém que conhece alguém que combina comigo. Com base na minha experiência, vejo que os perfis geralmente se repetem e a apresentação feita por minhas amigas é mais ou menos assim:

- “Ele precisa de uma mulher!”

Este cara é divertido. Geralmente ela parece querer tirar de circulação o cara que fica ligando pro namorado dela altas horas da noite convidando pro bar. Ele comenta sobre ressaca e futebol, enquanto ela me diz “é tudo casca... ele só precisa de uma mulher”. Fico feliz por não sofrer da síndrome da Bela (e passar os dias tentando fazer dele o que eu imagino ser um príncipe).

- “Ele é atleta!”

Esta classe é nova e ainda não tenho muito o que falar – boa oportunidade para minhas amigas me levarem a um estudo de caso;-) – mas todos os trilheiros entram aqui. Só fico meio assim quando a primeira foto que vejo dele evidencia um peito inchado e um tanquinho chapado (sim, bem na foto de perfil e com aquele olhar ‘sou tão lindo, que poderia ser modelo. RISOS’)

- “Ele é monogâmico”

Eu sei que esta afirmação deveria ser redundante (amém!), mas eu realmente já ouvi “ele é inteligente, engraçado e monogâmico”. O que dizer?

- “Eu não vou falar muito, porque ele é meu amigo”

Numa dessas, ele gosta de crianças, ou sabe cozinhar, pode entender de vinhos, ser o maior mochileiro da galáxia e ainda ser mineiro, pode escrever bem, usar camisa xadrez e até mesmo estar saindo de um relacionamento e não querer se envolver, ter o humor lindamente sarcástico, ser gentil ou simplesmente olhar nos olhos. Seja lá como ele for, muitas vezes elas estão certas. Ele é mesmo muito bacana. O que acontece é que certamente ele vai sair de mansinho, deixando um mistério no ar, aquele negócio que instiga e me faz olhar pra ele pensando “mas qual é a desse cara?”. Seja pelo desafio, seja pela minha curiosidade, são estas histórias que vão se estender e estender e estender e ... vai entender?

Sabe, eu entendo as minhas amigas que são muito felizes com seus respectivos e gostariam que a nossa mesa deixasse de ter esse número ímpar. Eu entendo também os caras do lado de lá que, às vezes, de tanto ouvir falar de mim passam por este blog e fecham a página achando que sou legal – por favor, não acreditem em tudo que eu escrevo (nem mesmo neste texto!). Aproveito para lembrá-los que elas são minhas amigas, então relevem toda insistência. E hoje, eu me dirijo a vocês que eu já conheci: bom, eu nunca fiz por mal. Gosto de saber que logo depois de me conhecerem muitos se apaixonaram e até conseguiram namorar (outras, claro). Fico feliz por imaginar que funciono como uma terapia. Ou um desatar do céu. Sei lá. Aos que continuam procurando: melhor sorte da próxima vez. Quanto a mim, foi divertido! Vocês são bacanas, rapazes. Só não eram meus. E aos que ainda não me conhecem: tenham paciência e muito cuidado, eu sou ácida, mas sou ótima!



Beijo grande
Kézia

PS - Bom, vocês podem perceber que estou postando pouco (quase nunca), mas é que ando tão sem idéias, e quando surge uma, eu escrevo assim. Francamente, Kézia. Francamente.


terça-feira, 17 de maio de 2011

Enquanto você não chega

Eu preparo tudo e espero você chegar. Quem sabe esta noite? Quem sabe ainda antes de pagar a conta? Mas no caminho de casa eu percebo que, não, você não estava na mesa ao lado. Nem era você mudando a música. Nem é você me perguntando se está quentinho agora. Você não me perguntou onde eu queria almoçar. Não disse que meu cappuccino é bom. Nem que este piquenique no parque deixou o pôr-do-sol mais bonito. Quando a segunda foi difícil, eu não tinha seu telefone para poder conversar. Quando a terça estava livre, ela continuou livre. E na quarta depois da aula, você não estava me esperando. Na quinta você não me acompanhou àquele happy. E a sexta ficou meio assim sem você. E daí antes de concluir o “mais uma...” eu começo a concordar que, sim, “é menos uma”. Menos uma semana sem você. Porque eu sei que aí, aí deste lado, você também não fica feliz quando ouve este toque de viola sozinho, nem quando a lua cheia fica tão linda que parece trazer a certeza que tudo vai ficar bem. Nem quando a cadeira ao lado continua vazia. Nem quando alguém te pergunta sobre mim. E bem aí, aí onde você está, você sabe que eu estou aqui. E talvez, assim como eu, você esteja meio sem entender direito, sem enxergar sinais, tentando não se importar com o vento, mas percebendo lá no fundo do espírito esta intuição que te assegura que falta pouco. Só mais um pouquinho. Que vale a pena esperar. Que isto também vai acontecer. E eu prometo me comportar direitinho e parar de dizer que você não está aqui quando eu preciso. Porque eu sei que eu também estou chegando. E falta muito pouco. E por isso eu preparo tudo e espero você chegar.





Um beijo carinhoso
Kézia

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Haja coração

- Oi Kézia, vamos correr hoje?
- Ah hoje não rola. Quem sabe amanhã...
- Amanhã vou correr com meu namorado. Se você quiser vir com a gente...

Desligo o telefone e faço uma breve retrospectiva pra tentar entender o que está acontecendo aqui.

Primeiro ela deixou de fumar e depois fez a cirurgia. Não. Ela deixou de fumar por causa da cirurgia. Não. Ela aproveitou que queria parar de fumar e fez a cirurgia. Ai. Sei lá. Só sei que operada e sem o cheiro de cigarro por que não começar de verdade a academia? E como estímulo, por que não diminuir os potes de nutella e a pizza do jantar? E para exteriorizar a mudança por que não voltar a ser morena? E convenhamos, uma morena que treina e se empenha na reeducação alimentar, merece uns vestidos floridos pra se sentir ainda mais feminina. E acompanhando todo o colorido dos vestidos novos, talvez ela tenha entendido que era o momento de trazer mais cor aos dias e terminar de uma vez o namoro com aquele cara bacana, mas que há muito tempo tinha se tornado apenas um amigo que organizava os DVDs de séries e jogos.

E daí uma vez solteira era hora de reaprender a ser solteira. Sair com as amigas e não precisar ligar pra ninguém pra dar boa noite. E não ter ninguém para dar boa noite. E sentir uma pontinha de falta disso. E ficar disponível de novo. Até que de repente, sem nenhum aviso, nenhuma promessa ou qualquer expectativa, aparece um cara que faz uma noite comum ficar muito boa, e se despede deixando aquelas muitas dúvidas comuns a casos que tinham tudo pra dar certo e simplesmente não dão. “Ué, mas eu pensei que... será que eu entendi errado? Sei não. Aí tem”. E a solução é relaxar e deixar rolar. E lembrar como é este negócio de deixar rolar. Lembrar como é este negócio de esperar. E como é este negócio de fazer acontecer. Até perceber que ao invés de passar o dia todo jogando Tomb Rider, você está lá, lá fora, lá onde as coisas acontecem, e está lá sorridente e orgulhosa do namorado lindo que está arrasando no tatame.

Ah tá. Agora entendi... o ciclo foi este. E antes de finalizar o raciocínio vejo que ela atualizou o Facebook. “Opa, hora de conhecer o rapaz. Vamos lá. Mas O QUE QUE É ISSO?!!” Minha única reação é enviar uma mensagem pra ela: “Palmas pra você! Seu namorado é um gato! Haja coração pra tanta mudança.”

Haja coração!


Beijo grande
Kézia

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Nós, mulheres apaixonadas...

Hoje tem participação especial por aqui, a Verônica, que já passou por este blog assim e agora voltou com tratamento novo, seu próprio blog, o Cotidiano e Psicologia e olhinhos brilhando. Então, fiquem com ela que anda muito experiente no que fala.
Beijo
Kézia


Nós, mulheres apaixonadas
Somos doces, mas ao mesmo tempo, ácidas.
Somos inteligentes, mas nossa experiência, títulos e diplomas não nos ajudam em nada na matéria amor.
Somos cuidadosas, mas em alguns momentos, não lembramos de nada disto.
Somos queridas, mas por vezes somos irritantes.
Somos atraentes, mas em determinados momentos causamos repulsa.
Somos cheirosas, mas há momentos em que nosso cheirinho deixa de ser de o melhor.
Somos princesas, mas também somos bruxas.
Somos intensas, mas por muitas vezes, isto faz mal.
Somos impulsivas, e, neste momento, somos burras.

Ser doce, inteligente, cuidadosa, querida, atraente e cheirosa são quesitos básicos para que possamos assumir o papel de princesa quando encontramos aquele que nos faz pensar: "é o homem da minha vida".

Neste mesmo papel, há também o momento vilã. O momento em que sentimos que algo de errado está acontecendo. Ou não. E por muitas vezes não.

Mas somos intensas e impulsivas. E isto faz com que o não-quase-sim torne-se a pólvora do gatilho que não deveria ter sido acionado, afinal de contas somos inteligentes, independente de títulos e diplomas. Acionar este gatilho faz mal, sabemos disto, mas repentinamente ele nos torna "burras" que, quando vimos, acionado está.

E aí vem aquela parte da peça em que não gostaríamos de assistir, muito menos de ter escrito. Fica a critério de cada um visualizá-la neste momento.

Mas tudo isto tem um nome: Paixão. Paixão intensa decorrente de um cuidado nunca visto, de uma química + física nunca antes vivida, de uma troca de olhares estonteante, de um abraço caloroso, de dias e dias deliciosos, de ver tudo o que você sonhou tornando-se realidade alí, bem na sua frente. E o melhor: com você.

Por isto, compartilho aprendizados da última noite de não-sono. Ame, mas ame intensamente. Demonstre seus sentimentos. Não deixe os dias passarem com um "eu te amo" engasgado na garganta por ainda não ter encontrado o melhor momento para dizê-lo.

Sente? Diga. Fale. Expresse. Mas cuide com a intensidade e com a impulsividade. Afinal de contas, nós, mulheres apaixonadas, somos absolutamente inteligentes pois não acreditamos na teoria fútil que diz: "pega-mas-não-se-apega". Nos apegamos sim. Intensamente.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

A short story

Não importa o quanto você é legal, nem o número de piadas que saiba contar, nem mesmo se consegue fazer piada de tudo, nada disso será levado em consideração se você estiver na minha turma e falar inglês muito bem. E nem estou incluindo aqueles que se expressam melhor do que eu, porque em certas situações em que todo mundo ri e eu simplesmente não entendo lhufas, eu chego a pensar que o inglês é uma língua encantada que jamais será desmistificada por mim.

Falo aqui de pessoas especiais. Aquelas que sempre gostaram de punk rock, tocam em bandas de hardcore e cantam ska mesmo depois de ter ouvido só umas duas vezes a música.

Não é nada pessoal. Eu gosto da pessoa. Chego a criar um carinho que me balança. Quase me faz titubear. Mas é mais forte do que eu. E não tem jeito eu vou detestar ser sua parceira em qualquer atividade, vou ignorá-lo por seu vocabulário ser ótimo, vou virar os olhos quando você escrever um texto infinitamente maior e melhor do que o meu e vou morrer aos poucos quando eu perceber que você sabe usar preposições.

E sem querer as coisas tomam proporções maiores. Transcendem as paredes da minha sala:

− E daí, Kézia, como está a sua turma?

− Ah, tudo tranqüilo.

− Ai, guria, a minha me faz lembrar você.

− Mas o que aconteceu?

− Tem um menino de 13 anos que já morou fora do país e fala inglês muito bem. Ele é um amor, mas não dá, me dá um ódio. Odeio demais.

Kézia fazendo discípulos. E veja a que ponto chegamos: odiando adolescentes queridos!

Isso me lembra uma situação recente que aconteceu bem longe da escola de inglês:

− Nem me fale deste fulano. Ele é super misógino.

− É o quê?

− Ah, misógino, Kézia. disse ela já ficando vermelha como sempre fica quando acha que falou um pouquinho demais.

− Mas, senhor, ainda bem que não preciso conviver com você diariamente. Ia me sentir a maior ignorante.


*atentar para o fato de no rascunho deste texto eu ter escrito bisógino, até jogar no Houiass e descobrir que é misógino, aquele que tem ódio ou aversão às mulheres. Português pré-avançado define.


Beijo grande

Kézia

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Lupita - Cap II

O tempo sempre é benéfico.
Passa, traz cura, mudanças, novas idéias, novas razões, novas emoções.
E isso é uma maré de novas inspirações para os nossos personagens da vida real.

Aquele velho jardim continuava lindo, cheio de rosas de diversas cores como sempre. As vermelhas estavam mais vermelhas que de costume.. Era daquele jardim que emanava o cheiro característico daquela rua pacata e tranquila.

O jardim não mudara em nada ao longo do tempo. Ele estava ali, lindo como sempre.

A caixa de correio continuava no mesmo lugar.Quantas notícias não chegaram por ali nas mãos do mesmo carteiro, durante tanto tempo... E aquele mesmo c arteiro, foi parando lentamente de ir àquela caixa... Ao ponto de ir apenas esporádicamente, deixando apenas as correspondências automáticas e rotineiras...

Naquele mesmo jardim, das mesmas rosas de sempre e da mesma caixa de correio, ainda estava acomodado o mesmo banco. O banco que já acomodou esperança, amor, angústia, ansiedade, tristeza. Nele, hoje, só restam gotas de orvalho depois da chuvinha das 17:00 que estava rotineira naquela época. Talvez fosse esse o segredo das rosas vermelhas estarem mais vermelhas, talvez fosse esse o segredo daquelas rosas serem tão cheirosas.

Eu falo do Jardim da casa de Lupita, onde ela aguardava todos os dias ansiosamente pelas cartas de Javier. As cartas que contavam de maneira tão densa os momentos da vida dele, e de tudo o que ele pensava e sentia. Aquelas mesmas cartas que a deixava tão angustiada e tão feliz ao mesmo tempo... cartas que a levavam a crer que sua vida estava traçada à dele. Cartas essas que a fizeram crer também que a melhor solução era queimar todas elas e seguir em frente.

E que bom que ela queimou todas elas e seguiu em frente.

O tempo passou e aquela ferida foi curada. A cicatriz ainda está lá, mas do que importa? Cicatriz é a marca que o corpo deixa pra deixar de lembrete quando estamos prestes a cometer o mesmo deslize. E o deslize de Javier, Lupita não se deixaria permitir.

Até porque Lupita é meiga, mas é forte. É romântica, mas é firme. É encantada, mas é sensata.
E ela tem uma capacidade incrível de dar a volta por cima.
É disso que estamos falando! Mulheres lindas por dentro e por fora que sabem se reerguer com elegância.

Lupita amadureceu. Está mais consciente. Mais segura do que quer. Ela está com a mente tranquila e o coração sereno.

Mas de uma forma ou de outra, Javier não sumiu por completo de sua vida, por menos que ela quisesse. Ele ainda tinha seu endereço e sabia por onde ela andava e com quem andava.

Dia desses, Lupita resolvera abrir a caixa do correio, afinal as cartas chegam e pra ser bem sincera assim como toda essa história, ela nem estava pensando em receber uma carta de Javier. Estava interessada em outras correspondências, essas bem corriqueiras do dia a dia.

Ao verificar o remetente de uma das cartas, não acreditou. "Javier me mandando um postal?" - Indaga-se. Sim, Javier lhe escrevera um postal:

"Estoy enamorado. E mi guapa há de me hacer um hombre contente!"

Lupita não achou nada. Só sorriu e achou graça. Rasgou e jogou fora.

Tocou a vida.

O tempo é eficaz. Provou a ela que ela estava bem, ela estava bem! Não lhe doera aquilo. Nem um pouquinho. Talvez tenha mexido no ego dela, mas só um pouco. "Idiota" - pensou.

Ligou para a amiga Miranda e contou-lhe o ocorrido. Miranda não ficava feliz ao saber de notícias de Javier - ela não gostava nada de lembrar do quanto sua amiga sofreu. Foi Miranda que a apoiou a queimar todas as cartas e ela que organizou o velório e o enterro mental de Javier para Lupita.

Mas, como nossa protagonista sabe ser melhor em dar a volta por cima, semana seguinte aparece outro postal de Javier:

"Mi guapa abandonou-me! Soy un hombre desonrado!"

Como pode, num intervalo de tempo tão curto, Javier aspirar nobreza com uma nova mulher, ao ponto de expressar isso num postal? E mais, como pode Javier se considerar um homem agora desonrado? Não estamos falando de meses, estamos falando de UMA SEMANA.

UMA SEMANA.
SETE DIAS.
168 HORAS.

Lupita não se aguentou. Sorriu. Acabou não se contendo e gargalhou. Muito. Sentou-se no mesmo banco (aquele de tantas angústias e anseios) e gargalhou. Teve uma crise de riso, era difícil de aguentar. Era um postal tão curto e tão compensador, que Lupita chegou a chorar de tanto rir. Sentia como se tivesse pulado uma fogueira. Estava aliviada e vingada. Não teve jeito, acabou ligando para a amiga Miranda. Esta que gargalhou junto, propôs um brinde, marcou um encontro para o mesmo dia e bolou planos mirabolantes.

Lupita, como sempre, foi encontrá-la. Morria de rir com os planos da amiga Miranda.
E algumas coisas que Miranda bolava ela até gostava e planejava junto.
Um desses planos consistia em apresentar-lhe Ramón.
O engraçado é que Javier tinha um grande amigo que também se chamava Ramón.
Coincidência?! Hmmm...

Muitas risadas e bebidinhas borbulhates depois, Lupita chega em sua casa e se depara com aquele jardim, tão lindo...

A lua estava clara no céu, as rosas cheiravam como nunca... resolveu sentar naquele banco. Sim, aquele mesmo que tinha lhe trazido tantos sentimentos. Sentar-se nele hoje era como uma revisita ao passado, mas sem vivenciar nada. Quantas coisas ela havia passado... como cresceu! como amadureceu... como estava feliz!
"Buena suerte en Guadalajara, Javier..." - Pronunciou confiante e sem remorso algum.

Observou o jardim, lindo como sempre. Olhou mais... e reparou que ele não estava lindo como sempre. Ele estava mais lindo do que nunca esteve. Ele estava perfeito. A grama viçosa, as rosas vermelhas desabrochadas e num tom vermelho-vivo impressionante. As brancas estavam suaves.... as rosas, delicadinhas. As amarelas começavam a desabrochar. Quanto a caixa de correio estava curiosamente aberta, como ela havia deixado antes de ir encontrar Miranda. Achou engraçado. Ficou um bom tempo admirando aquilo tudo.

O telefone toca e era Miranda:

- Chegaste bien, amiga?! - Pergunta Miranda.
- Siii, amiga!
- Onde estás?! a céu aberto? barulho de vento!

Lupita explicou onde estava e o que estava fazendo...
E Miranda, por mais efusiva que fosse.... respirou fundo (pra falar sério, Miranda sempre respirava fundo) e disse a amiga:

"Querida Lupita... sabe esse jardim lindo tão bem descrito?! é como o se fosse você... está lindo, vivo, na melhor fase da vida dele... as cartas?! bem, é como se fossem propostas, e isso chega de tanta gente... mas o que interessa é saber a correspondência certa para mudar sua vida. O que resta, é filtrar bem o remetente! E nunca esqueça de deixar a caixa de correio (que é o seu coração) sempre aberta pra isso."

Se Lupita gostou do recado, não se sabe. Ela apenas sorriu, pôs a mãozinha no coração e disse "Ai Mi!"

(...)

E eu tenho certeza, que não só Miranda espera por mais uma linda história de amor com final feliz dessa guapa tão linda e especial.

Um beijo para a Lupita e para todas as Lupitas desse mundo,

Fernanda.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reflexões de Uma Esposa - Capítulo I - Cadê minha meia?!

É.
(...)

Na véspera de completar 27 anos, aos 6 anos de relação, 3 anos de casada, EU, trabalhadora decente e honesta, AINDA ouço a seguinte pergunta: "Amor... cadê minha meia?"

Pergunta esta feita pelo meu excelentíssimo esposo, no auge dos seus 30 anos. Claro que outras perguntas clássicas como "Você fez aquele bife que eu te pedi?" "Aquela camisa cinza já foi lavada?" ecoam pela minha humilde residência própria, conquistada com trabalho e suor, através de um financiamento da Caixa Econômica Federal durante quinze labutosos anos da minha vida.

Não que eu não reclame - eu até já sabia o que me aguardava quando decidi usar a aliança na mão esquerda. Minha avó falava da dependência do meu avô, minha mãe hoje "brinca" com a dependência do meu pai E DO MEU IRMÃO. E agora eu, junto com outras amigas casadas expomos esses casos, que são frequentes em 100% dos casamentos que eu ouço falar.

Acho que isso não é culpa dele, nem da minha sogra (ela o mima bastante... mas não vou encaixá-la aqui) mas eu penso que isso é uma ordem natural das coisas. Nós nascemos, brincamos com bonecas a vida toda, muitas aprendem a costurar, temos gosto por cozinha, temos um senso organizacional muito maior que o dos homens. Quando casamos, podemos não ter toda a experiência de como gerir uma casa, mas sabemos como tudo funciona e conseguimos operacionalizar todas as demandas de uma casa bem mais rápido do que qualquer homem. Até aquele lance de separar roupas escuras e claras na hora de lavar roupa a gente sabe. E olha que isso minha mãe nunca me disse que era pra ser feito. E acho essa simples sabedoria, um dos conhecimentos fundamentais para minha vida funcionar em harmonia.

O meu eterno namorado (não gosto da palavra "marido") HOJE reconhece em mim essa peça fundamental que equilibra as coisas lá em casa. Mas isso veio ao longo do casamento, não foi de pronto. Ele é competitivo, tenta se equiparar lá em casa. Ele gosta de ser elogiado e reconhecido pelas proezas domésticas que realiza. E confesso que esse gênio dele no começo, dificultava e muito as coisas lá em casa. Ele se julgava sabichão, dizia ter todo o conhecimento das obrigações de um lar, e resolveu mostrar pra mim num sábado,dia que eu costumava faxinar a casa.

Começou pelo quarto arrumando tudo. Nas minhas gavetas haviam coisas dele, e coisas minhas na gaveta dele. Ele não trocou a roupa de cama (coisa que faço todo sábado) e deixou a coberta que forra a cama meio torta. Aspirou o quarto, mas não passou embaixo da cama. Eu observei e não falei nada, pois era a primeira vez dele. Valeu a tentativa.

Depois foi pra sala e só aspirou. Não passou pano nos móveis, não guardou os próprios CD's que estavam espalhados que ele mesmo espalhou. não limpou a janela e nem afastou o sofá pra aspirar. Eu já tinha percebido que iria refazer tudo. Mas deixei-o bem a vontade.

Não lavou os banheiros nem trocou as lixeiras. Não trocou as toalhas usadas durante a semana, nem os carpês, não limpou espelhos, box, janelas. Nem pôs pastilhas no vaso. Passou um pano rapidinho no chão com água e detergente e secou com um pano. O chão ficou super escorregadio, ele acabou escorregando em um dos banheiros e ficou com um hematoma no bumbum. Ofereci ajuda e ele me disse com firmeza: "Está tudo sob controle. Acidentes acontecem. Pensei: "Huummm Magayver doméstico..." Mas só pensei. Não disse nada. Eu já estava convencida de que iria refazer tudo, mesmo.

Na cozinha, por sorte não haviam louças a serem lavadas. Mas ele não passou pano na cozinha, não trocou toalha de mesa nem panos de pratos usados durante a semana, não trocou os tapetinhos que tenho na cozinha, não limpou microondas, geladeira, fogão, não trocou o filtro do depurador de ar. Ele só aspirou a cozinha e pôs as cadeiras na mesa ordenadamente na mesa. Só isso. Ah, e haviam louças no escorredor, que foram guardadas onde ficam os copos.

Nesse meio tempo da cozinha, meu telefone tocou. Era minha mãe. Fui ao quarto para atendê-la mais calmamente e poder lhe contar uma das cenas mais engraçadas que já tinha presenciado em todo meu casamento.

Foram uns dez minutos de conversa. Ele entrou no quarto todo prosa, suuuuper se achando. Me despeço do telefone. Segue diálogo para maior compreensão:

- E aí, o que achou do dia de hoje, meu amor?
- Muito tranquilo. Fiz tudo em 40 minutos. Não entendo o porquê da sua faxina demorar o dia inteiro, sério mesmo! Sei lá amor, acho que você não tem condições pra arrumar a casa. Acho melhor você cozinhar e lavar a louça. Faxina cuido eu.
- Ah, sério? Nossa, como você é proativo! Acho bem engraçada a sua opinião, porque a contrário da minha, acho que sua faxina ficou faltando alguns "pequenos detalhes" que fazem toda a diferença...
- Eu sei, eu sei. Sei bem do que você tá falando. Mas você subiu pra atender sua mãe. É das roupas que você tá se referindo. Estão lá, todas na máquina sendo lavadas. Vai ser apenas pendurar no varal e acabaram todos os serviços.

Não houve mais diálogo. Desci correndo as escadas, fui até a área de serviço e estavam lá, todas sendo batidas ao mesmo tempo: roupas brancas, pretas, rosas, azuis. Meias, cuecas, panos de prato (ele resolveu lavar), gravatas e roupas de lã, seda, algodão, jeans. Tudo junto. Desliguei imediatamente.

O sentimento de desespero pairava no ar como uma pluma deslizante num vento outonal. Ele desceu na maior calma do mundo questionando minha atitude desesperada.

- Mas o que aconteceu, guria?! Que desespero é esse, pra ver o que tem na máquina?

Peguei minha blusa social branca favorita que estava no meio da lavagem e lhe mostrei a mancha enorme e preta que havia se formado. Na minha face, ódio. Na dele, medo. Medo do que iria acontecer naquele momento. Ele pôs a mão na testa como se dissesse "putz". Ele tentou se aproximar e eu disse sonoramente: "SAI DAQUI! A-GO-RA."

Ele obedeceu.

Não falei durante toda a tarde.
Comecei a "Refaxinar" a casa, e até fui impedida no primeiro momento com a justificativa: "Vamos ligar numa agência pra vir alguém aqui agora! Desculpe!"
Eu só o encarei. Ele viu que nem uma diarista de emergência iria adiantar. Passei a tarde sendo observada por ele e ouvindo as seguintes frases:
"Caramba... é mesmo, não troquei a roupa de cama"
"Não sabia que aspirava embaixo da cama"
"Pra onde vão essas roupas de cama? Ah, vão ser lavadas... hmm"
"Mas precisa trocar os tapetes de banheiro?"
"Vai lavar as toalhas?"
"Hmm... não limpei espelho"
"Ah, esqueci de trocar as lixeiras"

Enfim.... toooodas as coisas que ele não fez ele tentava se justificar. Não falei nada. Fiquei muito brava com o episódio das roupas. Depois de tudo pronto, tomei um banho, me arrumei e disse:

- Vamos ao shopping. Você vai me ressarcir de todas as minhas roupas que você estragou.

(...)

Depois deste dia, as coisas mudaram lá em casa. Com diarista ou sem diarista, quem equilibra e gerencia as coisas de casa sou eu. Proezas dele, se resumem a pendurar quadros, tirar as roupas do varal, arrumar o guarda roupa (o meu e o dele! ele dobra roupas que é uma beleza!) pegar as coisas que estão no alto e eu não alcanço, matar insetos e me ajudar na louça (ele acabou aprendendo).

E eu elogio muito o que ele faz. Ele faz bem feito.

Tudo se facilitou. Ele melhorou e tem noção das coisas que pode e não pode fazer. Hoje somos uma equipe, eu faço algumas coisas e ele outras. Aí veio a Djeine pra ajudar (minha diarista) aos sábados e aí sim, tudo mudou de verdade lá em casa. Só vez ou outra ele encasqueta com ela, pois ele diz que ela nunca faz o que ele pede.
Sabe o que a Djeine diz?
"Ah, seu Daniel... a patroa de casa aqui é a Dona Fernanda. Se ela disser isso aí que o senhor tá pedindo, eu faço. Mas senão...".
É, a Djeine sabe como a vida de uma família (a minha, pelo menos) funciona.

Por fim, o que eu acho mesmo é dispendioso ir lá, pegar a meia dele naquela segunda gaveta que tanto digo que está, e que ele insiste em não estar achando. E depois ouvir dizer "caramba... como que você achou aqui?"

Então eu não reclamo mesmo das perguntas homéricas que ouço em casa. Eu escolhi assim. E nossa relação como casal funciona que é uma beleza dessa maneira. Ele também se convenceu que as coisas assim são menos estressantes. Reclamações mesmo, só dele não ter achado a meia na segunda gaveta que eu tanto falo....

Mas isso é outro capítulo.

Um beijo,
Fernanda.




segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ih, minha mãe tá namorando! - Final: Ih, minha mãe tá namorando!

E foi em uma noite comum, enquanto passava pelo quarto dela, que percebi que as coisas estavam ficando sérias:
- Amor, você já .....
- Não entendi, mãe.
Ops. Não era comigo. De repente o "amor", aquele que ela dirigia a minha irmã e eu, não era mais exclusividade nossa. Eu a conhecia como mãe, amiga, filha, trabalhadora, mas não como mulher apaixonada. Eu nunca a vi sendo esposa, ou namorada, ou qualquer coisa comum às mães. E eu sempre desejei que isto acontecesse. Muito. Racionalmente falando. Já falando do coração...
É difícil dividir. Do jeito mais egoísta, controlador e ciumento que isto possa soar. Mas é. Em minha defesa digo que estou sendo boa menina. A boa filha que ela educou. A filha que ouve. Que divide. Que ameniza a situação com a caçula. "A filha mais velha" resume.
E por mais que meu lado egocêntrico queira me prender aqui, não tem sido tão difícil ignorá-lo. Basta olhar para ela que não consegue parar de sorrir. Basta ouvi-la sonhar e suspirar "ah, quando eu me casar de novo...". Ou basta ouvir o que ela acabou de dizer aqui "dá pra acreditar que na terça-feira já faz 6 meses que eu estou namorando? Dá pra acreditar?"
Pois é, mãe, nem a Kézia criança, nem a Kézia adolescente conseguiriam imaginar, quanto mais acreditar que seria assim, mas eu, eu que cheguei até aqui, não preciso imaginar porque aconteceu de verdade e eu vi!

Beijo bem grande, cheio de esperança, cheio de certeza
Kézia


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ih, minha mãe tá namorando! - Parte 2: A Mariposa Apaixonada de Guadalupe

Todas as tardes a Rádio Atividade dedicava uma programação exclusiva aos seus tantos românticos ouvintes. Cartas que contavam histórias de amor eram lidas. Impasses e dramas amorosos eram resolvidos por telefone. Ela cantarolava todas as músicas. Acreditava na veracidade das histórias. Sofria com a tensão dos casos. Se envolvia. Sentia-se de volta àquele mundo ao qual ela havia deixado de fazer parte. E foi ali que ela começou a cogitar a possibilidade de se unir aos esperançosos que mandavam pequenos anúncios de seus corações disponíveis.

E ela escreveu o seu. Escolheu cada palavra. Temia aparentar desespero. Temia parecer desinteressante. Na sua expectativa poderia beijar o papel deixando uma marca com seu batom mais bonito. "... andei por milhas e milhas tão distante de tudo e agora procuro o meu par". Não foi capaz de controlar seu coração quando ouviu seu bilhetinho sendo lido ao vivo. Será que alguém ligaria? E se ninguém ligasse? E se ninguém quisesse? Besteira. Tinha tudo para dar certo. Mas será que "ele" ligaria? Ele mesmo. Aquele desconhecido por quem ela esperava tanto. E se ele não gostasse dela? Se não quisesse ficar?

E, sim, seu telefone tocou. Não apenas uma vez. E entre os que chegavam e partiam, um tinha um jeito despretensioso. Chegou do nada, sem promessas ou presentes. Trouxe apenas seu coração cansado de errar. Ouviu tudo o que ela dizia e nada lhe indagou. Foi chegando sorrateiro procurando onde se instalar.

Mas como ela faria isso? Como deixaria de criar possibilidades e dar-se uma real oportunidade? Ela ainda saberia como agir? Ainda havia tempo? Sentia-se uma adolescente enquanto vestia seu melhor vestido. Ajeitou o cabelo enquanto o procurava entre tantos rostos estranhos. Pernas bambas. Coração disparado. Boca seca. "É ele!"

E então as dúvidas se calaram. Os medos se dissiparam. Não lhe sobraram perguntas. Apenas seus braços que pareciam ter sido feitos para permanecer naquele abraço. E neste momento ela soube que não estava mais a apenas dois passos do paraíso.


Beijo grande
Kézia

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ih, minha mãe tá namorando! - Parte 1: Arlindo Orlando fugiu, desapareceu, escafedeu-se

Perto de completar 27 anos ando mais obsessiva do que nunca com a ideia de casamento. Todos meus bons ou maus conceitos foram, um dia, ouvidos pelo meu terapeuta e desafiados por uma inquietante pergunta: “qual será a ideia fantasiosa que você criou?”.

Talvez a crise seja causada pelo iminente casamento da minha irmã. Ou talvez mesmo com a casa em ordem, um bom trabalho e a família tranqüila, eu passe os dias procurando alguma coisa que não sei o que é, mas sinto tanta falta que chega a doer. Ou quem sabe tudo seja motivado pelo divórcio da minha amiga de infância, da mesma idade que eu e um filho de 3 anos. Se eu não tivesse desistido das conversas que ocorriam naquela clínica de análise, talvez eu tivesse contado para ele uma história tão tragi-romântica quanto aquela cantada pela Blitz, mas que aconteceu de verdade, com a minha mãe, em uma cidade tão pacata quanto Miracema do Norte.

Lá pelos seus 27 anos ela viu o seu Arlindo Orlando deixando-a com o coração partido e duas filhas totalmente dependentes. A separação tem um gosto tão amargo que a memória parece fazer questão de não apagar. E ela conheceu todas as emoções que os rompimentos trazem. Todas as perguntas que nunca encontrarão respostas. As hipóteses que nunca serão provadas. Os planos que não serão realizados. As promessas que não serão cumpridas. Os sonhos que ficarão para trás. Guardou tudo ali e cuidou de cada frustração como se fossem seu memorial e garantia de nunca mais repetir o feito.

E assim os anos passaram devagar. Somaram 23. As filhas cresceram. Deixaram de ser dependentes e tornaram-se parceiras. Foi então que os argumentos começaram a perder o sentido. Não mais por elas. E se elas deixaram de ser o centro, alguém precisaria ocupar este lugar. E quem sabe dessa vez não fosse a sua vez? A sua vez de ser prioridade. Por que não? E devagar ela começou a acreditar que era possível se apaixonar de novo. E de novo. E de novo. E quantas vezes fossem necessárias até ser tão feliz a ponto do coração parecer querer explodir dentro do peito. Ser feliz despreocupada e intensamente. E assim, de um jeito tímido, comum a todas as metamorfoses, nascia nossa Mariposa Apaixonada de Guadalupe.


Beijo grande
Kézia

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ele não tem carro

- Ele disse que não a convida para sair porque não tem carro. – diz a minha irmã enquanto me atualiza de um love is in the air alheio.

- Mas, meu Deus, o que ele é? Um homem ou um saco de batatas? – indago totalmente ciente que ele deve ter no máximo 20 anos.

- Ai, Kézia, você não entende. Alguns homens têm dessas coisas. – finaliza minha irmã mais nova que, claramente, tem melhor desenvoltura do que eu em relacionamentos .

Ok. Vamos aos fatos. É um moto-perpétuo (9,3 na escala Sheldon Cooper de arrogância). Estes homens não convidam mulheres para sair porque não têm carro. Elas continuam por aí, na pista, à espera de um encontro. Rapazes com carro chegam e fazem o convite. Elas aceitam porque “e se for ele?”. Homens sem carro apontam o dedo “Alá, só porque tem carro.” Estes homens não convidam mulheres para sair porque não têm carro. Elas continuam por aí, na pista... E assim continuamente.

Bom, eu me compadeço. Não tenho carro. Vivo argumentando que este é um bem depreciativo. Obviamente um discurso decorado de alguém que não tem o montante disponível para tal aquisição. Mas, rapazes, não é verdade que só gostamos de quem tem carro. As coisas não são bem assim.

Claro que ninguém gosta de ter que consultar o itinerário de ônibus e ficar 20 minutos no frio congelante esperando ele chegar, ou mesmo ficar dando mole pelas madrugadas enquanto o táxi não vem. Todos gostam de conforto. Mas também não é regra: “Oi, tudo bem? Tem carro? Ah, que pena! Então vaza”. Não!

Para conquistar mulher é fácil, rapazes. Chega a pecar pela simplicidade. Vou citar um diálogo real e impactante.

- Ah, lindo, andei pesquisando nossas alianças de casamento. Poxa, são tão caras.

- Mas, meu amor, elas serão para sempre! – disse o rapaz que nem tem carro...

Nós mulheres podemos ser complexas, indecisas, distraídas, demoradas, sem noção de espaço, sem orientação geográfica e confusas na baliza, mas somos muito simples. Só não deixamos isto muito claro porque vocês ficam ainda mais lindos quando estão quebrando a cabeça para nos agradar.


A matemática nem sempre é uma ciência exata.


Beijo grande
Kézia

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pagar ou não a conta

"Quem paga é o homem. Sempre. Eu já vou engravidar e carregar o bebê por nove meses. Pagar a conta é o mínimo que ele deve fazer." É assim que ela tenta me convencer que estou muito errada. Pelo seu olhar, ela deve me achar uma imbecil por ficar tão boquiaberta ao ouvir seu raciocínio. Mas mulher é mulher. Ninguém entende. Nem eu que produzo estrogênio e progesterona.

Só conheci uma outra guria que andava assim com pensamentos tão tradicionais. A mocinha em questão tinha terminado o namoro há pouco tempo, de uma forma horrível e descobriu que o cara era um grandicíssimo mentiroso. Combinação nitroglicerínica. Perigosa. Tudo o que ela dizia era: “o próximo cara que se aproximar de mim, vai ter que lamber o chão que eu piso e o mínimo que ele deve fazer é pagar a conta.” Bom, ela conseguiu. Ele não lambe o chão que ela pisa, mas é apaixonado e ainda paga a conta. Até quando ele continuará colocando tudo no débito? Não sei. Só sei que ela merece mesmo ser tratada como princesa.

Mas será mesmo que tratar bem é sempre pagar? Espero que não, caso contrário, ai de nós os renda justa e parcialmente comprometida. A minha regra só vale para um primeiro encontro. Meu teste de "vale ou não esperar ele ligar" é justamente a hora de pagar a conta. Certamente quando o garçom chegar vou tirar a carteira da bolsa e tentar negociar com certa insistência a divisão da conta. Momentos de tensão. Caso ele diga: “beleza, são R$ 37,52 para cada”, desejo cair dura e seca ali mesmo, pago e no caminho de casa tento superar os dramas conquistados com a igualdade feminina. Pagar eu pago, mas não me verá de novo. Concorda comigo?

Beijo grande
Kézia

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sexta-feira de promessas

Enfim ela chegou. A sexta-feira. A convergência de todas as expectativas do mundo. Dia venerado e ansiosamente esperado por todos (a menos que você seja o @caodadepressao e esteja mais para: Sexta-feira. A solidão diz olá).

A história que vou contar aconteceu numa destas sextas-feiras embaladas por samba, chops gelados e enormes filas para pagar a conta. E foi exatamente nesta fila que um estranho diálogo aconteceu:

- Oi, já vai embora?

- Ah sim. Estou cansada. E você?

- Não. Só estou descansando.

- Ah, na fila? Você descansa na fila?

- Sim. Mas, escuta, me dá seu telefone e endereço?

- Oi? Telefone e endereço? Não, não dá. Eu moro longe.

- Longe? Longe quanto?

- Muito longe. Tipo no Acre.

Não, ela não morava longe. O fator susto foi causado pela falta de prática. Ela pensou: “mas será que as coisas mudaram tanto assim? Fiquei tanto tempo fora da pista que os caras mudaram a abordagem?”

Respondendo: não, flor. Não mudaram. Em pleno 2011 ainda existem aqueles que dizem “eu te conheço de algum lugar” ou “não lembra mais de mim?” ou ainda “dizem que gata tem sete vidas. Será que você poderia viver uma delas comigo?”. Não há muito o que temer. Sabemos muito bem que a regra é: eles não ligam no dia seguinte (aliás tenho muitos depoimentos masculinos explicando a mágica do desaparecimento). O cara da fila não seria diferente. Mas suponhamos que ele fosse diferente. Anotasse tudo bonitinho e no dia seguinte lembrasse muito bem disso tudo. Você está lá tranqüila e bela e eis que surge o ser na sua casa. O que você faria? Muito provavelmente iria se desencantar. Achar fácil demais. Falar que era excessivamente bonzinho. Desnecessariamente grudento. Assustadoramente insistente. E tantas outras coisas que encheriam os ouvidos de suas amigas. É...a couraça deste valente caiu rápido demais. E talvez você fosse preferir continuar buscando outras possibilidades nestas sextas-feiras cheias de promessa. Em outros ambientes. Com outros ritmos. Outros copos. Outras filas. Assim olhando para o lado de vez em quando. Como se estivesse procurando. Como se estivesse esperando. Como se estivesse desejando sentir seu coração disparar com um simples "me dá seu telefone?"


Uma ótima sexta-feira cheia das mais empolgantes promessas
Beijo grande
Kézia


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O dementador do Facebook

Lili adora tirar fotos. E Lili ama publicar suas fotos na internet. Seus álbuns são enormes. Muitas viagens, encontros, festas, maquiagens, mudanças de cabelo e vestidos novos são retratados ali. Nas últimas fotos que vi, Lili estava sorridente no casamento de seus amigos. Ah, kits-festa, como Lili gosta! Fotos com máscara, colares de neon, anteninhas de coração e muitos beijinhos para a câmera. Lili se esbalda. A única infelicidade de Lili é que, desde o Fotolog, quem expõe suas fotos está suscetível a comentários de viciados em internet tais como ela. E assim despertei do transe enquanto via as fotos de Lili naquele casamento:

- Lili comentou em sua própria foto: Casamento maravilhoso. Felicidades ao casal.

- Dementador comentou a foto de Lili: Não sei o que é pior: a morte de uma pessoa querida ou alguém se suicidar num casamento?

- Lili responde: Ah dementador, paaara. As pessoas se casam porque se amam. Deixa de ser amargo.

- Dementador replica: Eu amo muitas mulheres. Não me caso para não perder minha liberdade e transformar o amor em ódio. Não sou amargo. Sou a pessoa mais adorável do mundo. Só tenho uma opinião bastante contundente e polêmica. Beijos, Lilizinha.

Lili parou por aí. Mas ficou pensando se dementador não seria o tipo que um dia vai, sim, se casar e querendo ser durão até o fim e insinuar que virou zumbi dançará Thriller na cerimônia.



Beijo
Kézia

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

All My Loving

Uma pausa para ser apenas doce.

Querido lindo
Em algumas horas você estará tão longe e tão bem. Sentirei saudade das músicas que você me apresentava, das imitações do Silvio, da piada da colheitadeira, das camisas listradas, do seu jeito de ajeitar os óculos e da segurança que você sempre estaria aqui perto. Sentirei saudade de tantas coisas que ainda não consigo dimensionar... Lembre-se de mim se decidir visitar a Alemanha. Lembre-se da minha proposta para quando você voltar! Até lá "I'll send all my loving to you"


Um abraço apertado para você me guardar aí dentro
Kézia

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Como funciona a minha cabeça

Tenho uma amiga que terminou o noivado e então conheceu o mais profundo charco de lama. Deixei que ela chorasse uma, duas, três semanas até que achei que era o momento de dizer uma verdade:
- Minha flor, ele era banguelo!
(Assim, quando ele ria faltavam uns laterais).
Longe de mim apontar o dedo e dizer "alá, não tem dente" até porque "como será o amanhã? Responda quem puder." Mas na minha cabeça é simples. Explico: um cara de 22 anos, VINTE E DOIS ANOS, em perfeitas condições de usar fio dental e escova de dentes todos os dias, que não tem zelo para cuidar dos próprios dentes, cuidaria dela como?

Beijo grande
Kézia

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quando um amor começa...

“... nossa alegria chama, e um violeiro toca em nossa cama.” Ah, Almir Sater!

Voltei de uma viagem pro Mato Grosso do Sul encafifada que queria ir a um show dele. Mas, gente, onde Almir Sater faz show? O homem não tem nem site. Não havia sinais. Acontece que nestas sincronias de tempo e espaço, exatas três semanas depois, vi o anúncio que ele estaria aqui. Eu só precisava de companhia. Daí, lembrei que conheço a maior fã dele, que na oportunidade que teve de conhecê-lo no camarim, não pode porque seu marido (com quem era casada há quase 50 anos) ficou com ciúme: a minha vó. Liguei pra ela e pedi que viajasse quase 400 km para me acompanhar. E ela, claro, veio.

Eu poderia me perder na descrição do show. Como minha vó estava fofa escolhendo a roupa perfeita para encontrá-lo. Como seguramos o ar ao vê-lo entrar no palco. Todas as vezes que suspirei fundo. Cada vez que meu coração disparou. Cada vez que rimos dos causos que ele contou. Cada vez que meus olhos se encheram de lágrimas. Como os olhos da minha vó brilhavam por estar ali. O fato dela não ter sentido sono ou qualquer dorzinha por ficar tanto tempo sentada. O jeito que ela sorria. Como fazia carinho em minhas mãos. Como me apertava as mãos quando começava nossa outra música preferida. Mas tudo seria insuficiente. Ao fim, enquanto todos aplaudiam de pé, minha vó, do alto dos seus 1,50m, dava tchauzinho pra ele. Lindo! Ficamos no corredor por onde ele passaria e quando o homem apontou, ela o pegou pelo pescoço, baixou até a altura dela, encheu seu rosto de beijos e disse “estou te beijando com se eu fosse sua mãe” (me diz? Ela não é demais?). Não conseguia dormir depois de tão emocionada. Aos 73 anos, finalmente, ela sentiu o cheirinho dele (que disse ser bom demais).

E por estes abraços rápidos, por ouvir seu violeiro preferido deitada no ombro da mulher mais amável do mundo, por proporcionar que esta mesma mulher linda encontre seu ídolo, por concordar com ele dizendo que “quando o amor começa, nossa alegria chama”, por estar lá, por continuar feliz ao lembrar que estava lá, por prometer que estará na primeira fila do próximo, por esperar com convicção que haverá uma próxima vez, por tantas coisas boas, por tantas coisas pequenas, que me convenço que a alegria está mesmo na simplicidade.


Beijo bem grande

Kézia